Índice de Intenção de Consumo das Famílias cresce em Pernambuco, indicando melhora na perspectiva profissional e acesso ao crédito.

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF/CNC) registrou um aumento de 1,5% no Brasil entre os meses de agosto e setembro. Já em Pernambuco, o crescimento foi de 1,4%. De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE), o estado apresentou indícios de melhora em diversos aspectos relacionados ao consumo.

Um dos indicadores analisados foi a perspectiva profissional. Em agosto, as opiniões estavam igualmente divididas entre aqueles que acreditavam em uma melhora, em uma piora ou que não sabiam o que esperar. No entanto, em setembro, houve mudanças nesse cenário, com 40,9% dos entrevistados indicando uma perspectiva de melhora profissional, 32,7% uma perspectiva de piora e 26,4% que não souberam opinar. É interessante notar que a população com uma renda mais alta apresentou um maior otimismo em relação ao emprego, com 51,8% acreditando em boas expectativas de carreira.

No entanto, a pesquisa revelou uma percepção de queda na renda entre a população em geral, especialmente entre aqueles com menor renda. No estrato de menor receita, 20,4% das famílias indicaram uma depreciação em sua situação financeira em comparação ao ano passado. O acesso ao crédito também foi um ponto de divergência entre diferentes faixas de rendimento, com 45% da população de renda mais alta acreditando que o acesso ao crédito está mais fácil, enquanto para a população de renda mais baixa, 28,1% acreditam que se tornou mais difícil.

Em relação ao nível de consumo, a pesquisa revelou que a população de renda mais alta está comprando mais do que no ano passado, enquanto a população de renda mais baixa está comprando menos. Em Pernambuco, 34,4% das famílias de menor renda indicaram uma expectativa de consumo menor em comparação ao ano passado, enquanto 47,7% das famílias de renda mais alta esperam ter um consumo igual ao do ano passado.

A perspectiva de consumo apresentada na pesquisa não apenas reflete as desigualdades econômicas presentes no estado, mas também antecipa um cenário desafiador para as empresas do setor de comércio e serviços. Para 50,1% dos pesquisados, este é um mau momento para a compra de bens duráveis, como televisões, geladeiras e fogões. Essa percepção é levemente maior entre a população de menor renda, com 51,7% concordando com essa afirmação. Por outro lado, na faixa de remuneração mais elevada, 55% avaliam que a circunstância é favorável para a aquisição de duráveis.

Segundo o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, o recuo da taxa básica de juros e as políticas de renegociação de dívidas foram os fatores que contribuíram para a melhora no momento de adquirir bens duráveis e o acesso ao crédito. Ele afirmou que o ICF de setembro já refletiu os primeiros impactos da queda da Selic e que a expectativa é que essa percepção continue nos próximos meses.

A Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é uma importante ferramenta para avaliar a conjuntura econômica e identificar tendências de consumo. Ela auxilia empresas e governos a planejar suas estratégias de negócios e políticas públicas. A análise é feita considerando a ótica de otimismo ou pessimismo do consumidor em relação a aspectos como emprego, renda, perspectiva profissional e acesso ao crédito. No caso de Pernambuco, os resultados revelam a existência de desigualdades econômicas e desafios para o setor de comércio e serviços.

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