Repórter Recife – PE – Brasil

Primeiro-ministro canadense se manifesta após críticas por homenagem a ex-soldado nazista na Câmara dos Comuns

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, se pronunciou nesta segunda-feira, após receber críticas por sua participação em uma homenagem a um ex-soldado nazista na Câmara dos Comuns, na última sexta-feira. No evento, Trudeau estava ao lado do líder ucraniano Volodymyr Zelensky, que discursou no parlamento canadense.

O homenageado, Yaroslav Hunka, de 98 anos, foi chamado de “herói ucraniano, herói canadense” pelo presidente da casa, Anthony Rota. A presença de Hunka gerou polêmica, já que ele serviu na 14ª Divisão de Granadeiros da Waffen SS Galizien, unidade voluntária composta por ucranianos que atuavam sob comando nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Após o conflito, o governo canadense permitiu a entrada de 600 membros da força no país, o que já foi alvo de controvérsias no passado.

Trudeau se manifestou sobre o incidente, classificando-o como extremamente perturbador. Ele destacou a importância de pedir desculpas, especialmente aos deputados judeus e à comunidade judaica em todo o país, especialmente porque no mesmo dia da homenagem ocorria o Yom Kippur, data sagrada para os judeus.

O presidente da Câmara, Anthony Rota, também se desculpou pelo ocorrido e admitiu ter se arrependido de sua decisão. Rota afirmou que reconhecer a presença de Hunka foi um erro e estendeu suas profundas desculpas à comunidade judaica no Canadá e no mundo. Ele assumiu total responsabilidade por sua ação.

Entidades judaicas condenaram os aplausos dirigidos a Hunka. O Centro Para Assuntos Judeus e de Israel (CIJA) manifestou-se, dizendo que estava profundamente perturbado com a homenagem ao ex-militar. O presidente da B’nai B’rith Canadá, Michael Mostyn, classificou o caso como revoltante e exigiu um pedido de desculpas significativo do Parlamento canadense.

O incidente levantou questionamentos sobre a presença de criminosos de guerra no Canadá durante a Segunda Guerra Mundial. Nos anos 80, uma comissão do governo abriu um inquérito para apurar se o país havia se tornado um “paraíso para criminosos de guerra”. A homenagem a Hunka reacendeu essa discussão e reforçou a necessidade de uma explicação detalhada sobre como esse episódio pôde ocorrer no centro da democracia canadense.

O primeiro-ministro Trudeau e o presidente da Câmara Rota assumiram a responsabilidade pelo ocorrido, mas ainda é necessário observar as ações que serão tomadas para lidar com essa situação e evitar que casos semelhantes se repitam.

Sair da versão mobile