Embaixador francês no Níger é expulso após semanas de interrogatório, agravando as relações entre os dois países

O embaixador francês no Níger, Sylvain Itte, deixou a capital, Niamei, nesta quarta-feira (27), após várias semanas de interrogatório entre Paris e a junta golpista que governa o país africano. A saída ocorreu duas meses depois do golpe de Estado que derrubou o presidente nigerino Mohamed Bazoum, eleito democraticamente e apoiado por Paris.

Segundo informações de uma fonte diplomática da embaixada francesa, o embaixador e seus colaboradores deixaram Niamei por volta das 4h e se dirigiram para o Chade em um avião. Essa expulsão é reflexo do rompimento das relações entre a França e o Níger desde o golpe de Estado.

No último domingo (24), o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou durante uma entrevista na televisão que deixaria o país nas próximas horas, sem dar mais detalhes. Além disso, Macron afirmou que as tropas francesas vão se retirar do Níger nas próximas semanas e meses, encerrando a operação antes do final do ano.

O governo do Níger, além de exigir a saída do embaixador francês, declarado “persona non grata”, também denunciou os acordos militares com a França. Atualmente, a França possui 1.500 militares destacados no país africano para a luta antijihadista.

Sylvain Itte ocupou a função de embaixador no Níger por um ano. Antes disso, ele desempenhou o mesmo cargo no Uruguai e em Angola.

Essa crise diplomática entre França e Níger traz consequências políticas e militares para ambos os países. Para o Níger, a ausência da França na operação de luta antijihadista pode gerar uma instabilidade interna maior e abrir espaço para ações terroristas. Já para a França, a expulsão do embaixador e o rompimento dos acordos militares podem prejudicar a sua influência na região e enfraquecer a cooperação contra o terrorismo.

Nos próximos meses, será necessário observar a evolução dessa situação e os impactos que terá para ambos os países envolvidos.

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