O Teatro Valdemar de Oliveira, fundado em 1971 pelo médico e teatrólogo Valdemar de Oliveira, possui um valor simbólico e social para a comunidade artística e cívica de Pernambuco. Durante décadas, foi palco de importantes produções e espetáculos progressistas e revolucionários. O ator Jorge Féo destacou a importância dos cursos oferecidos pelo teatro em sua formação artística e ressaltou que a sociedade como um todo passou pelo espaço cultural.
Atualmente, o teatro pertence ao Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP), coletivo formado pelos herdeiros de Valdemar e outros associados. No entanto, durante a pandemia, o estado de abandono do edifício se agravou ainda mais, com destroços, vandalismo na fachada e destruição de partes da estrutura, como o teto, as paredes e as escadas.
No último dia 22, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) deferiu a abertura do processo de tombamento do Teatro Valdemar de Oliveira. Durante o processo, o imóvel possui as mesmas prerrogativas de um bem efetivamente tombado, a menos que os proprietários se manifestem contrários à medida e solicitem o cancelamento do tombamento.
Em nota divulgada nesta semana, o TAP se posicionou contra o movimento pelo tombamento, alegando que isso poderia retardar a restauração do espaço cultural. Porém, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult) e a Fundarpe afirmaram que o pedido de tombamento não foi recusado e que o TAP terá um prazo de 30 dias, após a publicação do edital, para entrar com uma solicitação de impugnação do tombamento.
A manifestação realizada ontem demonstra a preocupação e o envolvimento de diversos setores da sociedade com o Teatro Valdemar de Oliveira. É um esforço para preservar a memória do espaço e garantir que ele seja restaurado e reaberto para o público. O tombamento é uma medida importante para proteger esse patrimônio cultural, garantindo a sua preservação e permitindo que futuras gerações também possam desfrutar dos espetáculos e produções realizados no local.