Apesar de ter vencido as eleições legislativas de julho, o Partido Popular (PP) de Feijóo não conseguiu os 176 votos necessários para torná-lo primeiro-ministro, mesmo com o apoio da legenda de extrema direita Vox. Na primeira votação, o político galego recebeu 178 votos contrários e 172 favoráveis. Agora, ele terá uma segunda votação na sexta-feira, onde uma maioria simples também seria suficiente, porém é improvável que ele obtenha os votos necessários.
Apesar dessa derrota, Feijóo utilizou a sessão de investidura para criticar o atual presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez, e os independentistas catalães, de quem Sánchez depende para ter o apoio necessário para ser reeleito. O líder exilado da legenda independentista catalã Junts, Carles Puigdemont, impôs como condição central do apoio que o governo promova a anistia aos condenados por participar da tentativa de independência da Catalunha em 2017. Puigdemont vive atualmente na Bélgica para evitar a prisão.
Enquanto isso, Sánchez, presidente do governo cessante, terá a oportunidade de tentar reconquistar a confiança do Parlamento e ser reintegrado como chefe do Executivo. O líder socialista tem o apoio da frente de esquerda Sumar, porém precisa do apoio dos partidos independentistas, incluindo o catalão Junts. Feijóo, por sua vez, se apresentou como a alternativa ao governo atual, criticando seu “modelo de chantagem e de concessões com quem não acredita em nosso país”.
A situação política na Espanha segue indefinida, com a possibilidade de novas eleições legislativas caso nenhum candidato consiga obter a confiança do Parlamento. Enquanto isso, Sánchez permanece otimista com a possibilidade de retornar ao poder e já perdoou os condenados pela tentativa de independência da Catalunha em 2021. No entanto, ele ainda não se pronunciou sobre a possibilidade de uma anistia, imposta como condição pelos independentistas catalães.
Acompanharemos os desdobramentos políticos na Espanha nos próximos dias, aguardando a segunda votação de Feijóo e possíveis negociações para formar um novo governo.