No Brasil, a necessidade de elevar a qualidade e segurança dos serviços relacionados ao turismo de aventura foi percebida logo nos primeiros anos da década de 2000. Com o aumento da popularidade do segmento, o número de acidentes também cresceu, resultando até mesmo em óbitos. Diante desse cenário, o poder público, entidades esportivas e agentes turísticos se uniram para estabelecer regulamentações mais rigorosas.
Leonardo Persi, atual coordenador de Natureza e Segmentos Especiais da Embratur, destaca a importância da participação de pessoas de renome de diversos segmentos esportivos nesse processo. Segundo Persi, o objetivo era evitar que operadores de turismo sem a experiência necessária começassem a oferecer atividades de aventura, colocando em risco a segurança dos clientes e dos próprios trabalhadores.
Essas exigências de segurança elaboradas e implementadas no Brasil serviram de exemplo para regras adotadas pela ISO em vários países. Isso coloca o Brasil na vanguarda dessa discussão e demonstra o compromisso do país em atrair turistas de aventura e esportivos.
No entanto, apesar das normas de segurança existentes, a falta de fiscalização no Brasil ainda é uma preocupação. A Associação Férias Vivas alerta que muitos estabelecimentos atuam sem conhecimento das regras mínimas obrigatórias de segurança, colocando os turistas em risco desnecessário.
Para reverter esse quadro, o Sebrae lançou um programa em 2022 que oferece um subsídio de até 70% do investimento necessário para que empreendedores do turismo de aventura e ecoturismo implementem um sistema de gestão da segurança e pleiteiem uma certificação internacional. Essa certificação se torna um diferencial importante para as empresas, uma vez que demonstra seu compromisso com a segurança dos clientes.
Segundo Ana Clevia Guerreiro, coordenadora de Turismo do Sebrae, a implantação do sistema de gestão de segurança e a certificação qualificam os serviços prestados aos turistas, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Para participar do programa, é necessário estar formalizado como microempreendedor individual (MEI), microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP) e registrado no Cadastur.
Em suma, o turismo de aventura no Brasil tem avançado na implementação de normas de segurança, com exemplos que são referência internacional. No entanto, ainda são necessárias medidas de fiscalização e incentivos para que todos os estabelecimentos do ramo sigam essas regulamentações, garantindo uma experiência segura para os turistas.