Se eleito, Fico, que já foi primeiro-ministro três vezes, promete acabar imediatamente com a ajuda militar à Ucrânia e é contra a candidatura de Kiev à Otan. Além disso, ele já denunciou as sanções impostas pela União Europeia a Moscou pela invasão. Seu principal rival é o partido liberal Eslováquia Progressista, do vice-presidente do Parlamento Europeu, Michal Simecka.
A presidente da Eslováquia, Zuzana Caputova, condenou a “raiva” e o “ódio” na campanha eleitoral, afirmando que o fator medo pode influenciar a votação de sábado. Ela discorda da ideia de parar todos os tipos de ajuda à Ucrânia, destacando a importância da paz.
Fico e seus aliados argumentam que não deveriam enviar armas para a Ucrânia, pois isso poderia prolongar a guerra. Essa posição é justificada como uma iniciativa de “paz”. No entanto, analistas apontam que a campanha eleitoral também foi marcada por uma onda de desinformação nas redes sociais, o que enfraqueceu a confiança das pessoas nas instituições públicas e criou um terreno fértil para campanhas de propaganda e desinformação.
Pesquisas mostram que apenas 40% dos eslovacos acreditam que a Rússia é responsável pela guerra na Ucrânia, uma proporção baixa em comparação com outros países da região. Essa crise interna na Eslováquia ocorre após a queda de uma coalizão de quatro partidos de centro-direita no ano passado.
Fico foi forçado a renunciar como primeiro-ministro em 2018 após protestos em massa contra o assasinato do jornalista investigativo Jan Kuciak e sua noiva. Kuciak denunciava corrupção na elite política eslovaca, incluindo pessoas ligadas a Fico e seu partido. No entanto, o caos político dos últimos anos deu a Fico uma nova chance, e ele se tornou o favorito nessas eleições.
O resultado das eleições na Eslováquia terá consequências não só para o país, mas também para toda a região e para a relação com o ocidente. A Eslováquia tem sido um importante aliado da Ucrânia e sua mudança de posição pode aumentar as tensões na região. O futuro governo eslovaco também terá que lidar com a questão da desinformação nas redes sociais e reconstruir a confiança das pessoas nas instituições públicas.
