Esse pedido do líder liberal vem na esteira da transmissão de um documentário na televisão pública VRT, que apresentou depoimentos de várias vítimas de abusos sexuais por parte de religiosos. A resposta da Igreja Católica diante dessas denúncias foi um silêncio preocupante.
Muitas das vítimas que prestaram depoimentos enfrentam bloqueios a nível judicial, uma vez que muitos desses eventos ocorreram há décadas e, portanto, prescreveram ou os agressores já faleceram. Diante dessa situação, De Croo destaca que, mesmo que a Justiça não possa mais socorrer as vítimas, é possível dar uma resposta moral adequada e a Igreja deve assumir sua responsabilidade.
Durante seu encontro com o bispo de Antuérpia, Johan Bonny, uma referência do episcopado belga em relação aos abusos, o primeiro-ministro recebeu a promessa de colaboração total por parte do prelado. Essa colaboração é essencial para que se promova uma mudança real na forma como a Igreja Católica lida com os casos de abuso sexual e traga justiça às vítimas.
O Parlamento belga também pode desempenhar um papel importante nesse processo. A possibilidade de criar uma comissão de inquérito para refletir sobre como fazer justiça às vítimas, mesmo que anos após os abusos terem ocorrido, seria um gesto forte e necessário.
O pedido de De Croo ressalta a importância de enfrentar os abusos sexuais cometidos por religiosos e de garantir que a Igreja Católica assuma sua responsabilidade nesses casos. Reconhecer a culpa e promover mudanças efetivas na maneira como a instituição responde a essas denúncias é fundamental para evitar que tais abusos ocorram no futuro.
Esse é um momento crucial para a Igreja Católica na Bélgica e para a sociedade como um todo. Através do reconhecimento das vítimas e da responsabilização dos agressores, é possível construir uma sociedade mais justa e proteger os indivíduos mais vulneráveis. O pedido de De Croo é um passo importante nessa direção, e espera-se que seja seguido por ações concretas da Igreja Católica belga.