Primeiro-ministro belga pede que Igreja Católica reconheça culpa nos casos de abuso sexual cometidos por religiosos

O primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, fez um importante pronunciamento nesta quinta-feira (28) em relação aos inúmeros casos de abuso sexual cometidos por religiosos da Igreja Católica e negados pela instituição. Durante seu interrogatório perante a Câmara dos Deputados, De Croo pediu que a Igreja reconheça sua culpa e assuma a responsabilidade pelos abusos.

Esse pedido do líder liberal vem na esteira da transmissão de um documentário na televisão pública VRT, que apresentou depoimentos de várias vítimas de abusos sexuais por parte de religiosos. A resposta da Igreja Católica diante dessas denúncias foi um silêncio preocupante.

Muitas das vítimas que prestaram depoimentos enfrentam bloqueios a nível judicial, uma vez que muitos desses eventos ocorreram há décadas e, portanto, prescreveram ou os agressores já faleceram. Diante dessa situação, De Croo destaca que, mesmo que a Justiça não possa mais socorrer as vítimas, é possível dar uma resposta moral adequada e a Igreja deve assumir sua responsabilidade.

Durante seu encontro com o bispo de Antuérpia, Johan Bonny, uma referência do episcopado belga em relação aos abusos, o primeiro-ministro recebeu a promessa de colaboração total por parte do prelado. Essa colaboração é essencial para que se promova uma mudança real na forma como a Igreja Católica lida com os casos de abuso sexual e traga justiça às vítimas.

O Parlamento belga também pode desempenhar um papel importante nesse processo. A possibilidade de criar uma comissão de inquérito para refletir sobre como fazer justiça às vítimas, mesmo que anos após os abusos terem ocorrido, seria um gesto forte e necessário.

O pedido de De Croo ressalta a importância de enfrentar os abusos sexuais cometidos por religiosos e de garantir que a Igreja Católica assuma sua responsabilidade nesses casos. Reconhecer a culpa e promover mudanças efetivas na maneira como a instituição responde a essas denúncias é fundamental para evitar que tais abusos ocorram no futuro.

Esse é um momento crucial para a Igreja Católica na Bélgica e para a sociedade como um todo. Através do reconhecimento das vítimas e da responsabilização dos agressores, é possível construir uma sociedade mais justa e proteger os indivíduos mais vulneráveis. O pedido de De Croo é um passo importante nessa direção, e espera-se que seja seguido por ações concretas da Igreja Católica belga.

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