África do Sul testa anel vaginal com medicamento antirretroviral para prevenção do HIV, anuncia Fundo Global de Combate à AIDS.

A África do Sul está testando um novo método de prevenção contra o HIV, um anel vaginal que libera um medicamento antirretroviral. Segundo o Fundo Global de Combate à AIDS, três organizações envolvidas na luta contra a doença no país encomendaram 16 mil anéis que deverão ser disponibilizados em alguns meses.

O anel vaginal, feito de silicone e inspirado nos modelos usados para a contracepção feminina, libera progressivamente um medicamento chamado dapivirina e deve ser trocado a cada mês. O objetivo é que este novo método possa ter um impacto revolucionário na prevenção do HIV, que é um vírus da imunodeficiência humana que derrota as defesas imunológicas e provoca a aids.

O anel vaginal é uma alternativa aos tratamentos preventivos atualmente disponíveis, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que consiste em tomar um comprimido diário ou receber uma injeção mensal. Nem todas as pessoas se adaptam a esses métodos, e por isso é importante que existam outras soluções seguras e eficazes, como o anel de dapivirina, especialmente para as mulheres.

De acordo com o Unaids, programa da ONU que trabalha para combater a doença, as mulheres e adolescentes representam 53% das infecções no mundo. A África do Sul tem uma das maiores taxas de soropositivos do mundo, com 13,7% da população infectada com HIV. No entanto, o país também tem um dos programas de tratamento mais importantes do mundo, que reduziu consideravelmente a mortalidade.

Testes clínicos recentes demonstraram que o anel vaginal de dapivirina permite reduzir em 35% o risco de soroconversão, ou seja, passar de soronegativo para soropositivo. Por isso, espera-se que mais países sigam os passos da África do Sul na implementação deste método de prevenção.

Além da África do Sul, o dispositivo também está em fase de estudos para uso em Uganda, Quênia e Zimbábue. A aprovação e disponibilidade deste método podem representar uma grande avanço na luta contra o HIV, oferecendo uma opção mais acessível e conveniente para mulheres e adolescentes que desejam se proteger contra a doença.

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