Casos de hepatite A em São Paulo apresentam tendência de alta em 2023, com registro de 225 casos e uma morte

Os casos de hepatite A na cidade de São Paulo estão aumentando neste ano. Os dados da Secretaria Municipal da Saúde mostram que foram registrados 145 casos em 2022, e até setembro de 2023 já ocorreram 225 casos, com uma morte. Em comparação, em 2019 foram confirmados 160 casos. Os anos de 2020 e 2021 tiveram uma diminuição no número de casos, devido à pandemia de covid-19, com 64 e 61 casos, respectivamente.

Entre 2018 e 2020, o Ministério da Saúde ampliou a imunização em caráter temporário para grupos específicos, como gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e pessoas trans. Essa estratégia foi adotada devido ao cenário epidemiológico da época. Segundo a prefeitura, a imunização continuou até abril de 2023 com as doses remanescentes. No entanto, após a campanha temporária, as doses passaram a ser enviadas para os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), do governo estadual, e não foi possível seguir com a estratégia anterior.

Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que a oferta da vacina contra hepatite A para grupos específicos é garantida por meio dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. Em setembro deste ano, foi lançada a 6ª edição do Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais, que normatiza as diretrizes e procedimentos relacionados a imunobiológicos especiais.

A vacina hepatite A inativada (HA) é altamente eficaz e tem baixa reatogenicidade, com taxas de soroconversão de 94% a 100%. A proteção é de longa duração após a aplicação de duas doses. A vacina está disponível no calendário básico de vacinação para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos, como dose única.

A hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite. Na maioria dos casos, trata-se de uma doença benigna, mas o curso sintomático e a letalidade aumentam com a idade. A transmissão ocorre pelo contato de fezes com a boca, podendo estar relacionada a alimentos ou água inseguros e baixos níveis de saneamento básico e higiene pessoal. Outras formas de transmissão incluem o contato pessoal próximo e o contato sexual, especialmente entre homens que fazem sexo com homens.

Não há tratamento específico para hepatite A, mas é importante evitar a automedicação para alívio dos sintomas. O uso de medicamentos desnecessários ou tóxicos ao fígado pode piorar o quadro da doença.

Algumas medidas de prevenção contra a hepatite A incluem lavar as mãos regularmente, lavar os alimentos consumidos crus, cozinhar bem os alimentos, lavar adequadamente pratos e utensílios, usar instalações sanitárias, adotar medidas de higiene rigorosas em ambientes coletivos, evitar o contato com água contaminada e utilizar preservativos durante as relações sexuais.

É importante que a população esteja ciente dos riscos e das medidas preventivas para evitar a propagação da hepatite A.

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