“Hora de decisão: Horário de verão não será adotado em 2021 devido a boas condições de suprimento energético”.

O horário de verão, medida que adianta o relógio em uma hora durante os meses de outubro a fevereiro, foi amplamente discutido e gerou polêmicas no Brasil. Enquanto muitos aproveitavam o período para atividades de lazer e socialização, como a prática de esportes e happy hours, aqueles que tinham que acordar cedo reclamavam das manhãs mais escuras.

No entanto, além das preferências pessoais, existiam razões técnicas para que o governo adotasse o horário de verão. A medida vigorou no país por 33 anos, de 1985 a 2018. No entanto, em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro decidiu extinguir a prática e, até o momento, não há indícios de que ela será retomada.

Tanto o Ministério de Minas e Energia quanto o ministro da pasta afirmam que não há necessidade de adiantar os relógios neste ano. Isso se deve, em grande parte, às boas condições atuais de suprimento energético do país. De acordo com o ministro Alexandre Silveira, os reservatórios das usinas hidrelétricas estão em ótimas condições de armazenamento de água, apresentando os melhores números dos últimos 10 anos.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também indica que os níveis de Energia Armazenada (EAR) nos reservatórios se manterão acima de 70% em setembro na maioria das regiões, o que garante estabilidade no sistema. Além disso, o aumento da oferta de energia elétrica nos últimos anos, com a utilização de usinas eólicas e solares, também contribui para a decisão de não retomar o horário de verão.

É importante ressaltar que as mudanças nos hábitos de consumo de energia dos brasileiros também influenciaram na discussão sobre a necessidade do horário de verão. Antes, a medida visava aproveitar melhor a luz natural e reduzir o consumo no horário de pico, que era no fim da tarde e início da noite. No entanto, com o crescimento do uso de aparelhos de ar-condicionado e a adoção de lâmpadas mais econômicas, a iluminação não representa mais um fator significativo de consumo elétrico.

Assim, a questão do horário de verão neste ano seria mais uma questão de tradição do que uma necessidade real do setor elétrico. Embora muitas pessoas apreciem a ideia de chegar em casa com a luz do dia, é importante considerar os impactos negativos que a medida pode ter para aqueles que precisam acordar cedo. Portanto, a decisão de não adotar o horário de verão parece estar embasada em argumentos técnicos e nas condições favoráveis do sistema elétrico brasileiro.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo