PKK reivindica atentado suicida em Ancara que deixou dois policiais feridos

O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) assumiu a responsabilidade pelo atentado suicida que ocorreu no centro de Ancara no último domingo, deixando dois policiais feridos. O grupo político armado é considerado terrorista pelo governo turco e seus aliados ocidentais. De acordo com a agência de notícias ANF, ligada ao movimento curdo, o ataque foi realizado por uma equipe independente da Brigada dos Imortais.

O ataque ocorreu na área onde estão localizados prédios do governo e o Parlamento turco. Poucas horas depois do atentado, o presidente Recep Tayyip Erdogan fez um discurso na abertura da nova sessão parlamentar, que deve aprovar a entrada da Suécia na Otan. Erdogan condenou a ação dos terroristas, afirmando que eles não alcançarão seus objetivos.

O Ministério do Interior informou que os dois policiais feridos não correm risco de morte. As autoridades afirmaram que o ataque foi realizado por dois terroristas, sendo que um deles detonou a carga explosiva que carregava e o outro foi neutralizado.

Um vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra um veículo estacionando em frente à sede da polícia. Um dos criminosos desce do carro e avança com uma arma na mão, antes de detonar a carga explosiva presa ao corpo. O segundo criminoso também sai do veículo, mas desaparece das imagens devido à fumaça e poeira causadas pela explosão.

Após o atentado, a polícia de Ancara realizou explosões controladas de pacotes suspeitos por medo de novos ataques. A população foi orientada a manter a calma. Tiroteios foram registrados na área próxima ao local do atentado.

O PKK é um grupo separatista curdo que luta por autonomia na região. O partido de Erdogan, AKP, conquistou apoio entre os curdos quando chegou ao poder em 2002, prometendo buscar uma solução para o conflito. No entanto, as negociações fracassaram e o confronto entre o Estado turco e o PKK foi retomado.

A entrada da Suécia na Otan, que está sendo discutida pelo Parlamento turco, foi autorizada por Erdogan após um impasse causado por acusações de que Estocolmo estava colaborando com dissidentes do PKK. Para obter a retirada do veto turco, o governo sueco aprovou uma lei antiterror que prevê processos por participação em organização terrorista.

O presidente turco também elevou o tom em relação à União Europeia, afirmando que a Turquia não espera mais nada do bloco. Ele criticou a imposição de vistos e outros problemas não solucionados por parte da UE e alertou que se a UE tiver a intenção de acabar com o processo de adesão da Turquia, essa será sua decisão.

A tensão entre Ancara e a UE aumentou após a condenação de um homem acusado de terrorismo com base no uso do aplicativo de mensagens criptografadas ByLock. O governo turco considera o ByLock o meio de comunicação preferido dos supostos responsáveis pela tentativa de golpe de 2016. Erdogan reforçou que a Turquia não vai recuar em sua luta contra o grupo de traidores responsáveis pelo golpe frustrado.

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