O relatório aponta que será necessário um investimento anual de US$ 2 bilhões até 2030 para atingir as zero emissões até 2050. No entanto, essa marca está muito distante dos US$ 400 bilhões anuais previstos até o momento para os próximos sete anos. Os países emergentes e em desenvolvimento não terão condições de cobrir esses montantes financeiros, a menos que aumentem suas dívidas externas em média de 45% a 50%.
Segundo o FMI, 90% das tecnologias necessárias para reduzir as emissões de hoje até 2023 já existem. No entanto, para alcançar a neutralidade do carbono, o setor privado precisará dobrar sua contribuição, que atualmente representa 40% dos investimentos, chegando a 80%.
Embora países como Índia e China possuam um setor privado com os recursos necessários, outras nações enfrentam dificuldades para atrair investimentos internacionais. Cerca de 40% dos mercados emergentes têm uma qualificação inferior em relação a investimentos, o que os exclui do universo em que os investidores globais podem investir, de acordo com o FMI.
Para piorar a situação, embora haja um número crescente de fundos de investimento que priorizam a sustentabilidade, isso não implica em um aumento nos financiamentos para questões relacionadas ao aquecimento global. O relatório destaca que apenas uma pequena parte desses fundos pretende ter um impacto positivo no clima.
Para solucionar esses problemas, o FMI sugere a criação de condições que atraiam investimentos internacionais para países que necessitam de financiamento para lidar com as alterações climáticas. Além disso, é importante alinhar os rótulos dos fundos de investimento com a quantidade real de investimento verde por trás deles.
É evidente que a transição para uma economia neutra em carbono exigirá um esforço conjunto do setor privado e dos governos. É necessário um aumento significativo nos investimentos para enfrentar adequadamente a crise climática e garantir um futuro sustentável para o planeta.
