Chanceleres da UE se reúnem em Kiev em sinal de apoio à Ucrânia em meio à pressão ocidental sobre o conflito

Chanceleres da União Europeia se reuniram nesta segunda-feira (2) em Kiev, no primeiro encontro da cúpula diplomática europeia a ser realizado fora do bloco. A reunião foi vista como um sinal de apoio ao esforço de guerra da Ucrânia, em meio a uma crescente pressão à unidade ocidental sobre o país nos dois lados do Atlântico.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, declarou que a reunião é histórica e destacou que estão ali para expressar solidariedade e apoio ao povo ucraniano. Apesar de não ser uma reunião oficial, a ida dos chanceleres à zona de guerra foi comemorada pelo ministro ucraniano Dmitro Kuleba como uma conquista.

A invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro do ano passado foi justificada pela expansão da zona de influência do bloco ocidental ao leste. A Ucrânia obteve o status de país candidato a integrar a União Europeia em junho do mesmo ano, mas sem um calendário para as negociações de adesão. No entanto, recentemente, a nova embaixadora da UE na Ucrânia declarou que a adesão do país em 2030 é um objetivo “realista”.

Apesar dos gestos de apoio, há uma crescente fissura no bloco em relação à Ucrânia. Isso ficou evidente com a eleição do populista pró-Rússia Robert Fico na Eslováquia, que se posicionou contra o envio de armas e recursos para a Ucrânia. Essa posição também ganhou popularidade em outros países aliados da Ucrânia, como a Polônia.

Nos Estados Unidos, onde a oposição à Rússia é constante na política externa, também começam a surgir sinais de cansaço em relação ao apoio à Ucrânia. Em meio a negociações no Congresso para evitar um “apagão” no serviço público federal, o presidente Joe Biden aprovou um projeto de lei que não incluiu fundos para a assistência militar à Ucrânia. Isso acendeu um alerta sobre a resiliência da ajuda externa ao país.

Durante a reunião dos chanceleres em Kiev, também foi discutido um plano de paz para a Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o sucesso da defesa do país contra a agressão russa depende do apoio dos aliados. Já o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a fadiga do apoio ao regime de Kiev aumentará em vários países.

A Ucrânia enfrenta dificuldades em sua contraofensiva contra a Rússia e pede mais armas ocidentais para recuperar territórios ocupados pelas forças russas. Além disso, as autoridades ucranianas alertaram que a Rússia retomou uma campanha sistemática de ataques aéreos contra instalações de energia, deixando milhões de pessoas sem calefação ou abastecimento de água.

Em resumo, a reunião dos chanceleres da União Europeia em Kiev foi vista como um importante sinal de apoio à Ucrânia em meio à pressão ocidental e à guerra com a Rússia. No entanto, há uma crescente fissura no bloco em relação ao país, e nos Estados Unidos também surgem sinais de cansaço em relação ao apoio à Ucrânia. A situação continua delicada, com a Ucrânia pedindo mais armas e enfrentando ataques aéreos russos em suas instalações de energia.

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