Piercing: riscos à saúde podem incluir infecções bacterianas e transmissão de HIV e hepatite B, alertam especialistas

O piercing é uma prática comum no Brasil, mas pode trazer riscos à saúde se não for realizado corretamente. Essa forma de modificação do corpo humano consiste em fazer furos na pele e aplicar metais e joias. No entanto, esses furos podem deixar a região vulnerável a infecções bacterianas, lesões dermatológicas e até mesmo à transmissão de vírus como o HIV e hepatite B, caso os materiais utilizados estejam contaminados.

As complicações do piercing podem variar de infecções simples a consequências mais graves, como a propagação de bactérias pela corrente sanguínea e danos em outros órgãos do corpo. Além disso, podem ocorrer alergias, sangramentos excessivos e a formação de queloides, que são cicatrizações protuberantes na pele.

De acordo com a dermatologista Ana Carolina Sumam, membro especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), as reações alérgicas podem acontecer devido ao próprio metal da joia. A presença de corpos estranhos no organismo pode levar ao desenvolvimento de granulomas, que são inflamações em forma de nódulo. Além disso, há o risco de granulomas piogênicos, que são acompanhados de sangramento intenso e exigem tratamento cirúrgico.

Os riscos também variam de acordo com a região do corpo em que o piercing é colocado. Segundo a dermatologista Natasha Crepaldi, professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), os genitais e os orais são os locais mais propensos a infecções, devido à umidade e à quantidade de bactérias presentes nesses locais. Por isso, é fundamental buscar ajuda médica em caso de problemas.

Além disso, os modelos orais podem causar dificuldades para comer e falar, salivação excessiva e problemas dentários. Os piercings nasais também podem ser aspirados, o que requer remoção cirúrgica. Já os piercings nas orelhas, mamilos e umbigo estão mais sujeitos a rasgar a pele.

Para evitar riscos à saúde, os médicos alertam para que o procedimento seja realizado em locais especializados, que sigam as normas de higiene, como uso de agulhas descartáveis e luvas cirúrgicas, além de realizar a devida esterilização do material. É importante também evitar a manipulação do piercing com as mãos sujas, evitar alimentos gordurosos e manter a região limpa.

A vacinação contra tétano e hepatite B é recomendada antes de realizar o piercing, já que essas doenças, assim como o HIV, podem ser transmitidas caso os materiais estejam contaminados.

Em resumo, o piercing é uma prática popular no Brasil, mas é importante estar ciente dos riscos envolvidos e tomar precauções para evitar complicações à saúde. A escolha de um profissional qualificado e a busca por locais especializados são fundamentais para garantir a segurança do procedimento.

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