Nagorno-Karabakh, que possui maioria armênia e cristã, se separou do Azerbaijão, de maioria muçulmana, durante a desintegração da União Soviética. Desde então, os armênios do território, apoiados por Yerevan, enfrentaram o governo do Azerbaijão em duas guerras, a primeira entre 1988 e 1994 e a segunda no final de 2020, quando perderam grande parte do território. O conflito recente resultou na morte de quase 600 pessoas e aproximadamente 200 soldados de cada lado.
Durante a ofensiva azeri, mais de 120 mil habitantes de Nagorno-Karabakh abandonaram o enclave e se refugiaram na Armênia com receio de represálias. Pelo menos 170 pessoas morreram em uma explosão em um depósito de combustível na rota que conecta o território com a Armênia. Apesar da rendição dos líderes do enclave, eles prometeram permanecer em Nagorno-Karabakh até que as operações de socorro e assistência às vítimas do conflito sejam concluídas.
Enquanto isso, a capital do enclave, Stepanakert, estava calma e praticamente vazia, conforme relataram jornalistas da AFP que visitaram a cidade acompanhados pelas forças do Azerbaijão. A primeira equipe da ONU a visitar Nagorno-Karabakh em quase 30 anos não presenciou destruição nem violência contra civis desde o cessar-fogo, segundo um porta-voz.
Neste contexto, o Conselho Europeu pediu ao Azerbaijão que respeite os direitos daqueles que deixaram o enclave, para que possam retornar às suas casas de forma segura e digna. A situação na região continua frágil e pode desencadear novos confrontos a qualquer momento, agravando ainda mais o conflito entre os dois países. É preciso que uma solução diplomática seja encontrada o mais rápido possível para evitar mais perdas de vidas humanas e garantir a estabilidade na região de Nagorno-Karabakh.