Durante a sessão, as ações da Evergrande apresentaram grande volatilidade, chegando a subir 60% em determinado momento, depois caindo para 10%, e posteriormente voltando a crescer para os 28%. De acordo com o analista Willer Chen, essa valorização parece ser impulsionada pelo dinheiro especulativo, porém, diante dessa volatilidade, ele afirma que não é possível saber se há alguma possibilidade de investidores lucrarem com esses títulos.
A Evergrande se tornou um símbolo da crescente crise imobiliária chinesa, que envolve várias empresas com altos níveis de endividamento. Essa situação tem gerado receios sobre o impacto na economia do país e até mesmo globalmente. A empresa revelou na semana passada que seu fundador e presidente, Xu Jiayin, está sob suspeita de cometer “crime ou delito em infração da lei”, o que levou à suspensão das negociações das ações.
Segundo a Evergrande, suas dívidas já totalizavam US$ 328 bilhões no final de junho. A empresa também alertou em setembro que não seria capaz de emitir novas dívidas devido à investigação de sua subsidiária Hengda Real Estate Group. Desde então, as reuniões para reestruturar a dívida foram canceladas.
O setor imobiliário e da construção tem desempenhado um papel fundamental no crescimento da China, representando cerca de um quarto do PIB do país. No entanto, a enorme dívida acumulada pelas principais empresas do setor começou a ser vista como um risco inaceitável para a economia chinesa.
A crise enfrentada pela Evergrande tem agravado ainda mais a desaceleração da segunda maior economia do mundo, levando ao aumento do desemprego entre os jovens para níveis históricos.
É importante destacar que a retomada das negociações das ações da Evergrande não garante a resolução dos problemas enfrentados pela empresa. A situação financeira da companhia ainda é incerta e os desafios para superar essa crise imobiliária na China são grandes.
