Greve e falhas em linha privatizada de transporte público paralisam sistema em São Paulo

Uma das linhas de transporte público privatizadas do estado de São Paulo apresentou falhas e está paralisada nesta terça-feira (3). Coincidentemente, esse é o mesmo dia em que funcionários das linhas públicas de Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) realizaram uma paralisação em protesto contra a privatização dos serviços.

A ViaMobilidade, concessionária responsável pelo serviço, informou que houve uma falha no sistema elétrico, o que resultou na paralisação entre as estações Morumbi e Villa-Lobos Jaguaré. Além disso, os trens não estão operando em oito das 20 estações que compõem essa linha. O problema persiste desde as 13h58. A ViaMobilidade afirmou que a operação é normal nas estações Mendes-Vila Natal e Morumbi, assim como no trecho entre Villa-Lobos Jaguaré e Osasco.

Para lidar com o problema, ônibus do Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) foram acionados para atender os passageiros que utilizam esse trecho. Equipes técnicas da ViaMobilidade estão trabalhando para apurar as causas da falha e normalizar a operação.

Das cinco linhas de metrô de São Paulo, três são operadas pelo Metrô (Verde, Amarela e Azul), enquanto as outras duas são privatizadas e operadas pela ViaMobilidade (Lilás) e ViaMobilidade Quatro (Amarela). A CPTM opera cinco linhas (Rubi, Turquesa, Coral, Safira e Jade), enquanto as linhas Esmeralda e Diamante também foram concedidas à ViaMobilidade.

Desde as primeiras horas da manhã, os moradores de São Paulo enfrentam grandes dificuldades para se locomover pela cidade, devido à greve. As quatro linhas operadas pelo Metrô, incluindo o monotrilho, estão completamente paralisadas. Na CPTM, as linhas Rubi e Coral estão funcionando parcialmente, enquanto as linhas Turquesa, Safira e Jade estão totalmente paralisadas.

Durante uma entrevista coletiva pela manhã, o governador de São Paulo elogiou as linhas de transporte privatizadas e minimizou o problema constante na linha 9-Esmeralda, que já foi alvo de investigação pelo Ministério Público. Ele afirmou que as falhas ocorrem devido ao estado de deterioração em que as linhas foram entregues à iniciativa privada.

Como consequência da greve, tanto o governo de São Paulo quanto a prefeitura paulistana decretaram ponto facultativo, com o objetivo de reduzir a quantidade de pessoas transitando pela cidade. No entanto, essa medida não aliviou o problema. Desde cedo, muitas pessoas ficaram aglomeradas em ônibus, estações e no trânsito, resultando em congestionamentos muito acima do normal. Por volta das 17h, havia 282 quilômetros de congestionamento na cidade.

Para tentar amenizar o impacto da paralisação, a Prefeitura de São Paulo implementou uma operação especial de transporte. A SPTrans, responsável pelo sistema de ônibus municipal, informou que manteve 100% da frota em circulação, além de reforçar com mais 200 veículos para o período da tarde. Outras medidas adotadas foram o prolongamento de 16 linhas, iniciando suas viagens nas estações Tatuapé e Carrão, a fim de oferecer mais opções aos passageiros.

É importante ressaltar que a paralisação dos transportes públicos em São Paulo reflete as preocupações dos funcionários em relação à privatização dos serviços, que continuam em debate e geram polêmica na cidade.

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