Arévalo, líder do partido social-democrata Semilla, venceu as eleições presidenciais em agosto deste ano. Desde o primeiro turno, ele e seu partido têm enfrentado ações legais do Ministério Público que questionam a legalidade de seu registro em 2017. O órgão chegou até mesmo a realizar uma operação na sede do tribunal eleitoral e apreender caixas com atas dos resultados das eleições.
Em entrevista no Wilson Center, um fórum apartidário, Arévalo afirmou em inglês: “O que vejo agora parece um golpe de Estado em câmera lenta. Isso é ultrajante e inaceitável. Representa uma alteração grave da ordem constitucional”. Ele demandou uma análise da situação por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O presidente eleito atribuiu essas ações judiciais a atores corruptos com medo do sucesso de seu partido em acabar com a influência das redes corruptas. Segundo Arévalo, essa perseguição judicial e campanha de intimidação também têm atingido seus apoiadores nas redes sociais.
Um encontro virtual entre Bernardo Arévalo e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, também aconteceu, onde Blinken destacou que os Estados Unidos continuarão usando todas as ferramentas disponíveis contra aqueles que agem para minar a democracia na Guatemala.
Nesta quarta-feira (4), o presidente eleito se reuniu com congressistas americanos, que manifestaram preocupação com a situação no país da América Central.
Essa situação política turbulenta coloca em dúvida o compromisso do atual governo de direita, liderado pelo presidente Alejandro Giammattei, de realizar uma transferência de poderes fluida em janeiro do próximo ano.
Bernardo Arévalo, de 64 anos, conquistou o apoio dos guatemaltecos com seu compromisso de combater a corrupção e as redes corruptas. Agora, ele espera que a comunidade internacional acompanhe de perto a situação no país e tome medidas para garantir a preservação da ordem constitucional e o respeito à democracia na Guatemala.