Cresce número de microempreendedores individuais no Brasil, atingindo um recorde de 13,2 milhões em 2021, segundo IBGE.

No Brasil, o número de microempreendedores individuais (MEIs) atingiu a marca de 13,2 milhões em 2021, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses MEIs representam 69,7% das empresas e organizações do país, além de corresponderem a 19,2% das ocupações formais.

O crescimento dos MEIs tem sido expressivo nos últimos anos, especialmente quando comparado ao período pré-pandemia de covid-19. Entre 2019 e 2021, houve um aumento de 37,5% no número de MEIs, o que equivale a 3,6 milhões de novos registros. Além disso, a participação desses empreendedores no total de empresas e ocupações formais também cresceu, passando de 64,7% para 69,7% e de 15,2% para 19,2%, respectivamente.

No entanto, um dado que chama a atenção é a diminuição do número de MEIs com empregados. Em 2019, eram registrados 146,3 mil MEIs com funcionários, número que caiu para 104,9 mil em 2021. Mesmo com uma pequena recuperação em 2020, quando chegou a 97,2 mil, o indicador continua abaixo do registrado antes da pandemia.

A análise do período entre 2019 e 2021 revela que 53,1% dos MEIs se filiaram a esse regime durante esse intervalo de tempo. No ano de 2021, houve entrada de 2,9 milhões de MEIs e saída de 857 mil, resultando em um crescimento total de 2,1 milhões na quantidade de empreendedores individuais no país.

Em relação às atividades exercidas pelos MEIs, o setor de serviços é o que concentra o maior número de empreendedores, com 50,2% atuando nessa área. Dentre as principais atividades, destacam-se os cabeleireiros e tratamento de beleza, com 9,1% dos MEIs, o comércio varejista de artigos de vestuário e acessório, com 7,1%, e os restaurantes e estabelecimentos de alimentação e bebidas, com 6,3%.

No segmento de cabeleireiros e tratamento de beleza, os MEIs representam 90,4% do total de pessoas ocupadas. Esses dados indicam a importância desse setor e a contribuição significativa dos MEIs para a economia nessa área específica.

Outro ponto relevante revelado pela pesquisa é o perfil dos MEIs. Do total de 13,2 milhões, 38% deles exercem sua atividade na própria moradia, 14,3% possuem experiência prévia na mesma área econômica, 53,3% são homens, 47,6% são brancos, 30,3% têm entre 30 e 39 anos e 86,7% não possuem ensino superior completo. A média de idade dos MEIs é de 40,7 anos.

Além disso, a pesquisa mostra que 70% dos MEIs já estiveram no mercado formal de trabalho entre 2009 e 2021, e mais de um terço deles (37,7%) possui mais de três anos de experiência. Entre aqueles que se tornaram MEIs após terem sido desligados de seus empregos anteriores, 62,2% foram demitidos pelo empregador ou por justa causa.

Em relação à distribuição geográfica dos MEIs, os estados que concentram o maior número de empreendedores individuais são São Paulo, com 3,6 milhões, Rio de Janeiro e Minas Gerais, ambos com 1,5 milhão, Paraná, com 825,8 mil, e Rio Grande do Sul, com 799,1 mil.

Esses dados evidenciam a importância dos MEIs para a economia brasileira e como esse regime tem se tornado uma escolha cada vez mais comum para empreendedores que desejam formalizar suas atividades. O crescimento expressivo dos MEIs nos últimos anos, mesmo com os desafios impostos pela pandemia, demonstra a resiliência e a capacidade de adaptação desse segmento empresarial.

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