Crescimento econômico na América Latina e Caribe estimado em 2% pelo Banco Mundial, mas ainda abaixo de outras regiões do mundo

O Banco Mundial divulgou um relatório intitulado “Conectados: tecnologia digital para a inclusão e o crescimento”, no qual projetou um crescimento regional de 2% para este ano na América Latina e Caribe. Segundo a instituição, apesar de ser uma melhora em relação às projeções anteriores, esse índice ainda está abaixo de todas as outras regiões do mundo e é insuficiente para impulsionar a criação de empregos, a inclusão social e a redução da pobreza.

O Brasil também foi contemplado no relatório, com uma estimativa de crescimento de 2,6% para este ano e de 1,3% para 2024. Para 2025, a projeção é de uma expansão de 2,2%. O documento ressaltou que as reformas macroeconômicas realizadas na região nas últimas três décadas proporcionaram maior resiliência a choques externos, como a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia. No entanto, mesmo com a retomada dos níveis de pobreza e emprego anteriores à crise, ainda existem obstáculos a serem superados, como altas taxas de juros e baixo crescimento nas economias avançadas.

A China também foi mencionada no relatório, com uma redução na previsão de expansão econômica para este ano, passando de 5,6% para 5,1%. O Banco Mundial apontou que as dificuldades internas, como o enfraquecimento da recuperação econômica, o endividamento elevado e a fraqueza no setor imobiliário, são responsáveis por essa revisão para baixo. Além disso, a crescente participação da China no comércio da América Latina e Caribe, que passou de menos de 2% em 2000 para 17% em 2022, também impactará negativamente a dinâmica comercial da região.

Outro aspecto abordado no relatório é a influência do fenômeno climático El Niño no crescimento da América Latina. Estima-se que isso possa reduzir o crescimento dos países tropicais e úmidos em 0,8 ponto percentual. Além disso, os efeitos do El Niño podem se propagar para outros países, afetando o comércio e os preços das commodities.

Diante desse cenário desafiador, o Banco Mundial destaca a importância de investimentos públicos e privados na conectividade digital como forma de impulsionar o crescimento e a inclusão social na região. Ferramentas de conectividade podem ser utilizadas para programas governamentais de telemedicina, educação e assessoria a pequenos produtores agrícolas em áreas remotas. No entanto, o relatório ressalta a necessidade de investimentos complementares em competências, finanças e sistemas regulatórios para garantir que a utilização da tecnologia digital não aprofunde as desigualdades sociais existentes.

Em resumo, o relatório do Banco Mundial destaca os desafios e oportunidades de crescimento na América Latina e Caribe, apontando a necessidade de investimentos em conectividade digital como forma de impulsionar a criação de empregos e a inclusão social. Além disso, o documento ressalta os obstáculos enfrentados pela região, como altas taxas de juros e incertezas externas, e os impactos do fenômeno climático El Niño no crescimento econômico.

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