Pensando nisso, engenheiros da Universidade de Bristol, na Inglaterra, desenvolveram um robô com cinco “dedos” que poderia fazer a checagem dos seios no lugar das mulheres. A ideia é que essa tecnologia possa atender às pessoas que têm dificuldades em realizar essa análise ou que não lembram de fazer o exame regularmente. Embora a pesquisa ainda esteja em estágio inicial, é esperado que o robô seja testado em humanos nos próximos três anos e, posteriormente, disponibilizado em centros comerciais e farmácias para verificações rápidas de mama.
Os engenheiros testaram o protótipo em um seio de silicone para mostrar sua eficácia em cobrir toda a superfície. A tecnologia desenvolvida foi capaz de detectar um caroço a uma profundidade de até 20 mm abaixo da superfície da pele. No entanto, os pesquisadores afirmam que é necessário testar o dispositivo em uma variedade maior de mamas de silicone para garantir sua efetividade ao analisar diferentes formas e tamanhos de seios. Cada protótipo do robô custou cerca de R$ 1,2 mil para ser fabricado.
Atualmente, o robô leva de 10 a 12 minutos para realizar o exame completo, mas os pesquisadores esperam reduzir esse tempo para menos de cinco minutos. Segundo George Jenkinson, engenheiro que liderou o desenvolvimento do robô, a tecnologia será disponibilizada em centros comerciais e centros de saúde se for considerada útil. Uma pesquisa com 155 mulheres mostrou que 92% delas estariam dispostas a deixar um robô examinar seus seios.
O robô desenvolvido em Bristol possui cinco alavancas de silicone com tamanho semelhante ao dos dedos e movimentos flexíveis. Um algoritmo controla o movimento do robô, que possui uma força semelhante à de uma mão humana ao tocar a mama, com cada dedo cobrindo aproximadamente um quinto da superfície. Segundo os inventores, o robô motorizado é válido, pois não requer a presença de um médico para ser utilizado.
O câncer de mama se origina de células cancerosas que se desenvolvem na parede de um ducto ou lóbulo de um dos seios. Quando o câncer se espalha para o tecido circundante, é chamado de “invasivo”. Além disso, existem os casos de “carcinoma in situ”, nos quais não há crescimento de células cancerosas além do ducto ou lóbulo. A maioria dos casos de câncer de mama se desenvolve em pessoas com mais de 50 anos, mas também pode afetar mulheres mais jovens e, raramente, homens.
A detecção precoce e o tratamento adequado são essenciais para aumentar as chances de cura. O primeiro sintoma geralmente é a presença de um caroço indolor na mama. No entanto, é importante ressaltar que nem todo caroço é canceroso, podendo se tratar de um cisto benigno. Outros sintomas incluem inchaço ou caroço na axila, caso o câncer se espalhe para os gânglios linfáticos.
O diagnóstico do câncer de mama envolve uma avaliação inicial feita por um médico, que examina as mamas e axilas. Além disso, podem ser realizados exames complementares, como a mamografia, que é um raio-X especial do tecido mamário, e a biópsia, na qual uma amostra de tecido é removida para análise em busca de células anormais.
O tratamento do câncer de mama pode envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia e tratamento hormonal. Geralmente são utilizadas combinações desses tratamentos. A perspectiva de cura é melhor quando o câncer é diagnosticado em estágios iniciais e ainda não se espalhou para outras partes do corpo.
Em resumo, o desenvolvimento desse robô com capacidade de realizar a checagem dos seios pode trazer benefícios significativos para a detecção precoce do câncer de mama. A tecnologia ainda está em fase de testes, mas a expectativa é de que ela possa ser disponibilizada em centros de saúde e centros comerciais no futuro para facilitar a realização do exame e aumentar as chances de cura dessa doença tão comum.