Engenheiros da Universidade de Bristol desenvolvem robô para realizar exames de mama de forma rápida e confiável.

O câncer de mama é uma das doenças mais incidentes no Brasil, sendo o segundo tumor maligno mais comum no país, depois do câncer de pele não melanoma, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de cura, e a principal forma de identificar a doença é por meio da realização da mamografia. No entanto, muitas pessoas acabam esquecendo de realizar esse exame ou não têm confiança para identificar possíveis alterações nos seios.

Pensando nisso, engenheiros da Universidade de Bristol, na Inglaterra, desenvolveram um robô com cinco “dedos” que poderia fazer a checagem dos seios no lugar das mulheres. A ideia é que essa tecnologia possa atender às pessoas que têm dificuldades em realizar essa análise ou que não lembram de fazer o exame regularmente. Embora a pesquisa ainda esteja em estágio inicial, é esperado que o robô seja testado em humanos nos próximos três anos e, posteriormente, disponibilizado em centros comerciais e farmácias para verificações rápidas de mama.

Os engenheiros testaram o protótipo em um seio de silicone para mostrar sua eficácia em cobrir toda a superfície. A tecnologia desenvolvida foi capaz de detectar um caroço a uma profundidade de até 20 mm abaixo da superfície da pele. No entanto, os pesquisadores afirmam que é necessário testar o dispositivo em uma variedade maior de mamas de silicone para garantir sua efetividade ao analisar diferentes formas e tamanhos de seios. Cada protótipo do robô custou cerca de R$ 1,2 mil para ser fabricado.

Atualmente, o robô leva de 10 a 12 minutos para realizar o exame completo, mas os pesquisadores esperam reduzir esse tempo para menos de cinco minutos. Segundo George Jenkinson, engenheiro que liderou o desenvolvimento do robô, a tecnologia será disponibilizada em centros comerciais e centros de saúde se for considerada útil. Uma pesquisa com 155 mulheres mostrou que 92% delas estariam dispostas a deixar um robô examinar seus seios.

O robô desenvolvido em Bristol possui cinco alavancas de silicone com tamanho semelhante ao dos dedos e movimentos flexíveis. Um algoritmo controla o movimento do robô, que possui uma força semelhante à de uma mão humana ao tocar a mama, com cada dedo cobrindo aproximadamente um quinto da superfície. Segundo os inventores, o robô motorizado é válido, pois não requer a presença de um médico para ser utilizado.

O câncer de mama se origina de células cancerosas que se desenvolvem na parede de um ducto ou lóbulo de um dos seios. Quando o câncer se espalha para o tecido circundante, é chamado de “invasivo”. Além disso, existem os casos de “carcinoma in situ”, nos quais não há crescimento de células cancerosas além do ducto ou lóbulo. A maioria dos casos de câncer de mama se desenvolve em pessoas com mais de 50 anos, mas também pode afetar mulheres mais jovens e, raramente, homens.

A detecção precoce e o tratamento adequado são essenciais para aumentar as chances de cura. O primeiro sintoma geralmente é a presença de um caroço indolor na mama. No entanto, é importante ressaltar que nem todo caroço é canceroso, podendo se tratar de um cisto benigno. Outros sintomas incluem inchaço ou caroço na axila, caso o câncer se espalhe para os gânglios linfáticos.

O diagnóstico do câncer de mama envolve uma avaliação inicial feita por um médico, que examina as mamas e axilas. Além disso, podem ser realizados exames complementares, como a mamografia, que é um raio-X especial do tecido mamário, e a biópsia, na qual uma amostra de tecido é removida para análise em busca de células anormais.

O tratamento do câncer de mama pode envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia e tratamento hormonal. Geralmente são utilizadas combinações desses tratamentos. A perspectiva de cura é melhor quando o câncer é diagnosticado em estágios iniciais e ainda não se espalhou para outras partes do corpo.

Em resumo, o desenvolvimento desse robô com capacidade de realizar a checagem dos seios pode trazer benefícios significativos para a detecção precoce do câncer de mama. A tecnologia ainda está em fase de testes, mas a expectativa é de que ela possa ser disponibilizada em centros de saúde e centros comerciais no futuro para facilitar a realização do exame e aumentar as chances de cura dessa doença tão comum.

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