O Papa Francisco, desde o início, deixou claro o tom que deseja dar ao evento. Na missa de abertura, ele pediu por uma Igreja “hospitaleira de portas abertas a todos” e ressaltou que o Sínodo não é espaço para “estratégias humanas, cálculos políticos ou batalhas ideológicas”.
No entanto, antes mesmo do início do evento, cinco cardeais conservadores públicos pediram ao Papa que reafirmasse a doutrina católica sobre o tratamento aos casais homossexuais e a ordenação de mulheres. Em um texto intitulado “Dúvidas”, os cardeais expressaram preocupação com a possibilidade de “confusão” e “erro” por parte do Sínodo.
Em resposta, o Papa Francisco sugeriu uma via para a bênção dos casais homoafetivos por parte dos clérigos, mesmo que isso não seja reconhecido pela Santa Sé. O pontífice ressaltou que a prudência pastoral deve discernir adequadamente se há formas de bênção que não impliquem um conceito equivocado de matrimônio.
O Sínodo também discutirá outros temas importantes, como a possibilidade de ordenar mulheres como diaconisas e a questão do celibato sacerdotal. A participação de mulheres e freiras nas consultas do Sínodo é inédita na história da Igreja.
No entanto, o Papa Francisco alertou para a necessidade de caminhar juntos e fugir de tentações perigosas, como ser uma Igreja rígida, apática ou cansada. Ele destacou que o Sínodo não é um Parlamento e que é preciso ficar acima das conversas, da ideologia e da polarização.
Espera-se que o Sínodo traga propostas importantes para o futuro da Igreja Católica, porém nenhuma decisão concreta deve ser adotada rapidamente. Uma segunda sessão da assembleia está programada para 2024.
O evento é marcado por altas expectativas e preocupações. As consultas revelaram até o momento opiniões diversas entre as igrejas nacionais e entre estas e o Vaticano. O Papa Francisco pede que o Sínodo permaneça acima das ideologias e polarizações, buscando sempre o caminho do diálogo e da união.