Grupo de acompanhamento encontra mais cinco carcaças de botos mortos no Lago Tefé, Amazonas, devido às altas temperaturas

No Amazonas, as altas temperaturas têm sido apontadas como a principal causa da morte de botos no Lago Tefé. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, o grupo emergencial responsável pela acompanhamento e retirada dos animais encontrou mais cinco carcaças no local. As carcaças foram encaminhadas para necropsia.

O Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad) informou que não identificou nenhum boto vivo com alteração comportamental que necessitasse de resgate, mas continua em alerta próximo à região onde foram encontrados dois novos botos mortos.

A mobilização para investigar a morte dos botos foi iniciada após a morte de mais de cem mamíferos aquáticos, incluindo o boto vermelho e o tucuxi, que habitavam o Lago Tefé. Equipes de veterinários e servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram enviadas para apurar as causas dessa mortandade.

Além do monitoramento dos botos, equipes de especialistas do Mamirauá também estão investigando a mortandade de peixes no lago. Um especialista em plânctons do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) será enviado para estudar a possibilidade de uma floração de algas estar liberando toxinas na água do lago, devido à variação de aquecimento ao longo do dia.

Diante da situação de estiagem que atinge não só o Amazonas, mas também Rondônia e Acre, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, viajou para Manaus a fim de avaliar a situação e definir medidas para mitigação dos impactos causados pela seca. O governo anunciou a realização de duas obras de dragagem nos rios Solimões e Madeira, para recuperar a capacidade de navegação, além da possível liberação do seguro-defeso aos pescadores prejudicados.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima também enviou 191 brigadistas para reforçar o controle de incêndios na região. Já o Ministério de Minas e Energia garantiu o abastecimento de óleo diesel na região, para suprir a demanda de 169 setores isolados no Amazonas.

Com a seca prolongada, a prefeitura de Manaus decidiu antecipar o fim do ano letivo na rede municipal de ensino das comunidades ribeirinhas do Rio Negro. Devido à dificuldade de deslocamento de professores e alunos, as aulas terminarão nesta quarta-feira, ao invés do dia 17. Nas escolas do Rio Amazonas, os alunos estão tendo aulas remotas e a possibilidade de retorno às atividades presenciais será analisada a cada 15 dias.

Diante da severa seca, 23 municípios do Amazonas já decretaram situação de emergência. Dos 62 municípios do estado, 35 estão em situação de alerta, dois em atenção e dois em normalidade. O governador Wilson Lima também decretou situação de emergência em 55 municípios afetados pela seca.

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