Repórter Recife – PE – Brasil

Presidente boliviano Luis Arce é expulso do MAS em meio a disputa com Evo Morales para as eleições de 2025.

Em um movimento surpreendente, o presidente da Bolívia, Luis Arce, foi expulso do Movimento ao Socialismo (MAS), partido com o qual venceu as eleições em 2020. A disputa surgiu em meio a divergências com seu antigo aliado e agora adversário, Evo Morales, em relação às eleições presidenciais de 2025.

Arce foi afastado do partido governista por se recusar a participar do congresso do MAS realizado recentemente em Cochabamba. De acordo com a resolução aprovada pelos partidários de Morales, Arce se “auto-expulsou” ao faltar ao congresso onde Morales foi proclamado candidato às primárias de dezembro.

A Lei de Organizações Políticas vigente na Bolívia estabelece que todos os partidos devem realizar disputas internas para definir seus candidatos. Com sua ausência no congresso do MAS, Arce foi considerado fora dos padrões do partido.

Além de Arce, outros 28 militantes do MAS leais a ele, incluindo legisladores e funcionários do governo, também foram expulsos. A rivalidade entre Morales e Arce se intensificou nos últimos tempos, com Morales criticando o governo por suposta traição, corrupção e tolerância com o narcotráfico.

Desde que Morales tentou sem sucesso se reeleger em 2019, após 14 anos no poder, ele tem apoiado Arce, que assumiu a presidência. No entanto, Arce ainda não anunciou se tentará a reeleição.

Durante o congresso do MAS, o partido também modificou seus estatutos para permitir que apenas militantes com 10 anos de filiação possam se candidatar. Arce não preenche esse requisito, o que pode levantar questionamentos sobre a validade das decisões tomadas no congresso.

Arce havia se afastado da liderança do partido dias antes do congresso, alegando que as organizações sociais não estavam representadas. Ele também afirmou que estava ocupado governando o país.

Embora Arce não tenha a mesma origem indígena ou carisma de Morales, ele conseguiu fortalecer sua liderança entre as bases sociais e sindicais oferecendo incentivos. No entanto, sua taxa de desaprovação chega a 50%, segundo uma pesquisa da Diagnosis.

Nos meios políticos, é amplamente especulado que Arce tentará a reeleição, considerando a fraqueza da oposição e a rejeição que Morales desperta em setores econômicos. No entanto, as decisões do MAS ainda devem ser ratificadas ou invalidadas pela Justiça eleitoral.

Sair da versão mobile