O Exército sírio afirmou que o ataque foi realizado por drones carregados de explosivos e prometeu uma resposta firme. Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado, embora grupos jihadistas que controlam parte do território sírio já tenham utilizado drones armados.
A cidade de Homs, onde ocorreu o ataque, já foi um reduto dos rebeldes durante o levante pró-democracia de 2011, mas as forças governamentais conseguiram retomar o controle da região em 2017 após violentos combates.
Logo após o ataque, as forças governamentais sírias bombardearam a região de Idlib, que é o último reduto dos rebeldes no noroeste do país. Segundo relatos de moradores, quatro civis foram mortos nos bombardeios.
A guerra na Síria já causou cerca de meio milhão de mortes desde o início do conflito em 2011, deixando o país extremamente fragmentado. Os curdos estabeleceram uma administração autônoma no nordeste da Síria, mas são frequentemente bombardeados pelo Exército turco.
Nesta quinta-feira, a Turquia bombardeou uma usina elétrica, uma represa, uma fábrica e vários locais petroleiros na província de Hasaka, controlada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão dominada pelos curdos e apoiada pelos Estados Unidos. As FDS foram fundamentais na derrota do Estado Islâmico na Síria.
Em resposta aos bombardeios turcos, caças americanos derrubaram um drone pertencente à Turquia, considerado uma potencial ameaça às forças americanas na Síria. As Forças Americanas afirmaram que observaram drones atacando a região nordeste da Síria, alguns deles próximos às tropas americanas.
A Turquia justificou os ataques em retaliação a um atentado ocorrido no domingo contra o Ministério do Interior em Ancara, que matou dois policiais. O atentado foi reivindicado pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que está em luta armada contra as autoridades turcas.
A escalada de violência nas áreas controladas pela administração curda no nordeste da Síria tem sido motivo de preocupação. Em resposta ao atentado em Ancara, a Turquia também bombardeou posições do PKK no norte do Iraque, que faz fronteira com a Síria e a Turquia. Ancara realizou três operações militares contra as forças curdas na Síria entre 2016 e 2019.
A situação na Síria continua extremamente instável, com disputas de poder, ataques terroristas e intervenções militares de diferentes atores regionais e internacionais. A população síria sofre as consequências desses conflitos, que já duram mais de uma década.