Ataque com drones em academia militar na Síria deixa mais de 110 mortos

Pelo menos 110 pessoas morreram em um ataque com drones contra uma academia militar no centro da Síria. O incidente ocorreu durante uma cerimônia de promoção de oficiais e foi atribuído pelas autoridades sírias a “organizações terroristas”. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), sediado no Reino Unido, o bombardeio deixou mais de 112 mortos, incluindo 21 civis.

O Exército sírio afirmou que o ataque foi realizado por drones carregados de explosivos e prometeu uma resposta firme. Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado, embora grupos jihadistas que controlam parte do território sírio já tenham utilizado drones armados.

A cidade de Homs, onde ocorreu o ataque, já foi um reduto dos rebeldes durante o levante pró-democracia de 2011, mas as forças governamentais conseguiram retomar o controle da região em 2017 após violentos combates.

Logo após o ataque, as forças governamentais sírias bombardearam a região de Idlib, que é o último reduto dos rebeldes no noroeste do país. Segundo relatos de moradores, quatro civis foram mortos nos bombardeios.

A guerra na Síria já causou cerca de meio milhão de mortes desde o início do conflito em 2011, deixando o país extremamente fragmentado. Os curdos estabeleceram uma administração autônoma no nordeste da Síria, mas são frequentemente bombardeados pelo Exército turco.

Nesta quinta-feira, a Turquia bombardeou uma usina elétrica, uma represa, uma fábrica e vários locais petroleiros na província de Hasaka, controlada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão dominada pelos curdos e apoiada pelos Estados Unidos. As FDS foram fundamentais na derrota do Estado Islâmico na Síria.

Em resposta aos bombardeios turcos, caças americanos derrubaram um drone pertencente à Turquia, considerado uma potencial ameaça às forças americanas na Síria. As Forças Americanas afirmaram que observaram drones atacando a região nordeste da Síria, alguns deles próximos às tropas americanas.

A Turquia justificou os ataques em retaliação a um atentado ocorrido no domingo contra o Ministério do Interior em Ancara, que matou dois policiais. O atentado foi reivindicado pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que está em luta armada contra as autoridades turcas.

A escalada de violência nas áreas controladas pela administração curda no nordeste da Síria tem sido motivo de preocupação. Em resposta ao atentado em Ancara, a Turquia também bombardeou posições do PKK no norte do Iraque, que faz fronteira com a Síria e a Turquia. Ancara realizou três operações militares contra as forças curdas na Síria entre 2016 e 2019.

A situação na Síria continua extremamente instável, com disputas de poder, ataques terroristas e intervenções militares de diferentes atores regionais e internacionais. A população síria sofre as consequências desses conflitos, que já duram mais de uma década.

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