Estados Unidos e Venezuela anunciam acordo para repatriação direta de venezuelanos, sob pressão de Biden.

Após intensa pressão política, o governo dos Estados Unidos anunciou um acordo com o governo de Nicolás Maduro, líder da Venezuela, para a repatriação direta de venezuelanos ao seu país de origem. A medida foi tomada para conter a crise migratória na fronteira com o México, que tem sido objeto de críticas tanto dos republicanos quanto de alguns democratas.

De acordo com dados oficiais, nos últimos meses, mais de 100.000 venezuelanos foram interceptados pela patrulha fronteiriça dos EUA na fronteira com o México, um número significativamente maior do que no mesmo período do ano anterior, quando foram registradas cerca de 43.000 interceptações.

Diante desse cenário preocupante, o presidente Joe Biden propôs um amparo migratório de 18 meses para 472.000 venezuelanos que já estão nos Estados Unidos, permitindo que eles obtenham permissão de residência e trabalho. No entanto, essa medida só é válida para aqueles que chegaram antes de 31 de julho de 2023. Os venezuelanos que chegarem após essa data e não tiverem base legal para permanecer no país serão expulsos.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA afirmou em comunicado que as autoridades venezuelanas concordaram com a repatriação dos cidadãos venezuelanos que não têm base legal para permanecer nos Estados Unidos. O governo Maduro, por sua vez, confirmou o acordo e anunciou que a repatriação será realizada por meio do programa “Volta à Pátria”.

Um funcionário americano, que preferiu não se identificar, informou que as deportações ocorrerão rapidamente e que já foram identificadas as pessoas sob custódia que serão expulsas nos próximos dias. Segundo o funcionário, todas elas não possuem base legal para permanecer nos Estados Unidos.

Vale ressaltar que as negociações entre os Estados Unidos e o governo de Maduro são submetidas a avaliações em Washington, que considera a reeleição de Maduro em 2018 fraudulenta. Caracas, por sua vez, culpa as avaliações financeiras impostas pelos EUA pela migração e pelo bloqueio econômico que afetou o país.

Além do acordo de repatriação com a Venezuela, o governo americano também está disposto a suspender progressivamente as avaliações financeiras impostas ao país, desde que Maduro e a oposição cheguem a acordos para eleições livres e justas.

A crise na Venezuela tem provocado um êxodo massivo, com cerca de 7 milhões de venezuelanos deixando o país nos últimos anos devido à grave crise econômica, que resultou em uma redução de 80% do PIB em uma década.

Os Estados Unidos têm buscado estabelecer vias legais para a entrada e integração dos migrantes venezuelanos, oferecendo mecanismos humanitários e agendamento de entrevistas por meio de um aplicativo móvel. O anúncio do acordo de repatriação ocorre após uma cúpula migratória regional sediada no México, que contou com a participação dos Estados Unidos, Colômbia e Panamá, e ressalta a importância de uma resposta regional para o desafio da imigração irregular.

Em resumo, o acordo de repatriação entre os Estados Unidos e a Venezuela visa controlar a crise migratória na fronteira com o México e estabelecer uma solução para os venezuelanos que estão no país sem base legal para permanecer. A medida demonstra a disposição do governo Biden em lidar com a questão migratória e buscar soluções regionais para o desafio.

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