Repórter Recife – PE – Brasil

Plano de governo de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, não menciona privatizações do Metrô, CPTM e Sabesp, segundo registros no TSE.

O plano de governo registrado por Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, não faz menção às privatizações do Metrô, da CPTM e da Sabesp. No documento, as únicas concessões e privatizações mencionadas referem-se aos aeroportos e portos do estado.

Apesar de o governador afirmar que o plebiscito para as privatizações das estatais foi feito nas eleições, no plano de governo não há uma referência direta a essa proposta. A única menção ao Metrô e à CPTM aparece na página 22 e se limita à promessa de ampliação das rotas de transporte sobre trilhos para atender a população mais carente e implantação de trens regionais. Já na página 28, fala-se sobre ações para a área de saneamento básico, mas não é mencionada explicitamente a privatização da Sabesp.

Essa falta de menção explícita às privatizações tem gerado reivindicações por parte dos funcionários dessas empresas, que exigem a realização de consultas populares sobre o projeto de privatização. Vale ressaltar que a Sabesp já é uma empresa de capital aberto, mas o governo de São Paulo ainda possui a maioria das ações e o controle acionário da companhia. A proposta da gestão de Tarcísio é reduzir essa participação acionária e abrir mão da gestão da empresa.

Durante a campanha, o então candidato condicionou a privatização da Sabesp à melhoria dos serviços e à redução das tarifas. Ele destacou a importância da universalização da prestação de serviço, da melhora do serviço, da diminuição do desperdício e da redução das tarifas como critérios para a privatização. Segundo ele, não faz sentido privatizar por privatizar, é necessário garantir benefícios para a população.

Tarcísio também associou o sucesso das privatizações conduzidas por ele quando era ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro à ausência de greves e protestos. Ele mencionou a privatização dos portos como exemplo de diálogo com o setor e os trabalhadores para evitar problemas durante o processo de privatização.

Desde abril, a gestão de Tarcísio contratou uma consultoria ligada ao Banco Mundial para definir o modelo de privatização da Sabesp. No entanto, o contrato, que foi feito sem licitação e tem o valor de mais de R$ 71 milhões, está sendo questionado pelo Tribunal de Contas do Estado.

Diante da ausência de menção explícita às privatizações das empresas paulistas no plano de governo, a Secretaria de Comunicação do governo de São Paulo respondeu que o plano fala em parcerias com a iniciativa privada e que o tema da desestatização da Sabesp foi tratado em sabatinas e debates durante a campanha. Entretanto, é importante ressaltar que o documento não aborda diretamente o assunto.

Sair da versão mobile