Preocupação com ajuda dos EUA à Ucrânia reúne líderes europeus em cúpula na Espanha

No último encontro realizado na cidade de Granada, na Espanha, cerca de cinquenta líderes europeus, incluindo o presidente ucraniano Volodimir Zelensky, discutiram a continuidade da ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia. Essa preocupação veio à tona no contexto de um bombardeio que ocorreu no leste da Ucrânia, resultando na morte de pelo menos 51 pessoas em um vilarejo.

Zelensky responsabilizou a Rússia pelo massacre, caracterizando-o como um “ataque terrorista totalmente deliberado”. Ele enfatizou a importância de fortalecer a defesa aérea ucraniana como medida preventiva contra futuros ataques. O presidente ucraniano demonstrou satisfação com a resposta dos aliados europeus, afirmando que terão um reforço na defesa aérea. A Alemanha anunciou que fará todo o possível para ajudar a Ucrânia a se proteger, inclusive fornecendo um novo sistema americano de defesa antiaérea Patriot.

Por outro lado, a Eslováquia decidiu congelar suas decisões sobre o apoio militar à Ucrânia enquanto aguarda a formação de seu novo governo, onde a ajuda à ex-república soviética é tema de divergências entre os partidos políticos. Enquanto a União Europeia estuda um novo pacote de 50 bilhões de euros para apoiar Kiev até 2027, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, alertou que os Estados Unidos são insubstituíveis como principal fornecedor de armas.

A incerteza em relação ao futuro apoio americano à Ucrânia surgiu após a paralisação das atividades no Congresso dos EUA, causada pela destituição do líder republicano da Câmara dos Representantes. Agora, o Congresso tem pouco mais de um mês para votar um novo orçamento e decidir se aprova um novo repasse para a Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu a importância de continuar apoiando a Ucrânia.

Além da questão ucraniana, outras tensões no Velho Continente também foram discutidas durante a cúpula. Entre elas, destaca-se o conflito entre Armênia e Azerbaijão pelo enclave de Nagorno-Karabakh, que foi reconquistado pelo Azerbaijão no mês passado, provocando o êxodo da maioria da população de origem armênia. A União Europeia se mostrou disposta a mediar as negociações entre os dois países.

Outro tema que gerou atritos foi a questão migratória. Os países da União Europeia chegaram a um acordo para organizar uma resposta coletiva à chegada de um grande número de migrantes. No entanto, Itália e Reino Unido estão pressionando por ações mais rápidas enquanto aguardam a concretização da reforma do sistema de migração europeu. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, ressaltou a importância de combater a migração ilegal e afirmou que cabe aos países, e não às máfias, decidir quem entra em seus territórios.

Em meio a essas discussões, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a ofensiva militar da Rússia é uma resposta à “hegemonia” das potências ocidentais. Ele afirmou que a Rússia tem a missão de “construir um novo mundo”. A situação na Europa continua tensa, com diversas questões delicadas que requerem ação e cooperação entre os líderes europeus.

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