Apoio da população à intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro alcança 72,5% em pesquisa da Atlas

Diante da escalada de violência no Rio de Janeiro, que incluiu o assassinato de médicos na Barra da Tijuca, uma pesquisa realizada pela consultoria Atlas revelou o apoio da população à intervenção federal e ao envio da Força Nacional para combater a criminalidade no estado.

A sondagem foi realizada entre os dias 5 e 6 de outubro, com a participação de 1.200 pessoas de diferentes regiões do país. Surpreendentemente, 72,5% dos entrevistados se mostraram favoráveis à intervenção federal, enquanto apenas 20,8% foram contrários à medida. No Sudeste, esse apoio chegou a 76,2%, sendo que em São Paulo alcançou 76,8%.

O interessante é que o tema da segurança pública é um consenso entre o eleitorado polarizado. Tanto os eleitores de esquerda, representados por 64,1% dos eleitores do presidente Lula, quanto os de direita, com 80,1% dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, defendem a atuação do governo federal na segurança.

O CEO da Atlas, Andei Roman, destacou que o tema da segurança é consenso entre uma ampla maioria de um eleitorado fragmentado. A pesquisa não especificou o tipo de intervenção federal, mas foi baseada no modelo implementado em 2018, durante o governo do ex-presidente Michel Temer, quando o general Walter Braga Netto foi nomeado interventor na Segurança Pública do Rio.

Além disso, a pesquisa também abordou os problemas enfrentados pelo Brasil na opinião da população. A criminalidade e o tráfico de drogas foram apontados por 62,7% dos entrevistados como os maiores desafios a serem enfrentados pelos governos. Esse tema superou a corrupção, que havia sido apontada como o principal problema em pesquisas anteriores.

A pesquisa também revelou que tanto o governo federal quanto os governos estaduais são responsáveis pela crise na segurança pública, segundo 71,1% dos entrevistados.

Quanto aos responsáveis pelos assassinatos dos médicos na Barra da Tijuca, 52,8% afirmaram não saber, enquanto 23,2% apontaram os milicianos como autores e 22,9% atribuíram as mortes aos traficantes.

Sobre o sentimento de segurança para visitar o Rio de Janeiro, 48,8% dos entrevistados disseram não se sentirem seguros, mas afirmaram que o receio não é menor do que em outros destinos no Brasil.

A pesquisa foi realizada por meio de recrutamento digital aleatório, com a participação de 54,2% de mulheres e 45,8% de homens. A renda familiar mensal de 35,5% dos entrevistados é de até R$ 2.000, sendo que 58,8% se declararam católicos e 39,6% possuem ensino médio completo ou incompleto. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais.

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