Aumento de 150% nos homicídios na área do 31º BPM, na Barra da Tijuca, é reflexo de guerra entre criminosos rivais

A área do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), que abrange a orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, está enfrentando um grave problema de violência. Na madrugada desta quinta-feira, três médicos foram executados a tiros, evidenciando o aumento alarmante de homicídios nessa região. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), houve um aumento de 150% nos homicídios entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Foram registradas 60 mortes nos primeiros oito meses de 2023, em contraste com as 24 mortes no mesmo período no ano passado.

Outro fenômeno preocupante é o aumento nas mortes em confronto com a polícia. De janeiro a agosto deste ano, foram registradas 11 mortes, um número que corresponde aos oito anos anteriores somados. Esses dados refletem uma guerra entre traficantes de uma facção criminosa, bandidos rivais e milicianos, todos envolvidos na disputa pelos territórios na região.

Um dos casos que ilustram essa situação foi a morte do miliciano Leandro Siqueira de Assis, conhecido como Gargalhone. Ele foi encontrado morto dentro de um carro abandonado no Mercado do Peixe, na Barra da Tijuca. Gargalhone era apontado como ex-chefe de uma milícia que atuava no Recreio dos Bandeirantes e na Gardênia Azul.

Além disso, foi identificada uma série de confrontos entre milicianos de diferentes grupos e traficantes ligados a facções criminosas. Nessa disputa, Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, está à frente de uma quadrilha que disputa áreas da Barra, Vargem Pequena e Vargem Grande. Por outro lado, o traficante Esquilo, ligado ao ex-miliciano Lesk, também está envolvido na guerra, principalmente na Vargem Grande e na Vargem Pequena.

Essa disputa territorial envolve interesses financeiros, como o controle de negócios ilegais, incluindo loteamentos irregulares de terrenos e a cobrança de taxas de motoristas do transporte alternativo. Ainda não se sabe exatamente o valor em jogo, mas estima-se que a milícia tenha um faturamento mensal que varia entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões, apenas com a cobrança imposta aos motoristas de vans em alguns bairros.

Diante desse cenário de violência crescente, no dia 27 de setembro, policiais militares do Batalhão de Operações Especiais realizaram uma operação nas Vargens, trocando tiros com suspeitos envolvidos na disputa pelo domínio na região. Seis homens foram mortos nessa ação.

Até o momento, as polícias Civil e Militar não se pronunciaram sobre o aumento da violência na área do 31º BPM. A população local, no entanto, vive uma realidade preocupante, com um aumento assustador de homicídios e confrontos. Medidas urgentes precisam ser tomadas para garantir a segurança e a integridade dos moradores dessa região tão carregada de violência.

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