Debate sobre expansão da União Europeia volta ao centro das atenções com a guerra na Ucrânia

Na última sexta-feira (6), os 27 países membros da União Europeia (UE) deram início a um debate cauteloso sobre a expansão do bloco, que voltou aos holofotes com a guerra na Ucrânia. Durante a cúpula realizada em Granada, no sul da Espanha, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, questionou o tipo de expansão que está em jogo, se gradual ou total e todos no mesmo ritmo.

Enquanto isso, o presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu que o debate avance mais rapidamente, embora reconheça que ainda é cedo demais para estabelecer um calendário específico. A questão da expansão será o foco da próxima cúpula da UE, marcada para dezembro em Bruxelas.

A Comissão Europeia deve apresentar suas recomendações sobre a abertura de negociações de adesão com a Ucrânia, a Moldávia e cinco países dos Balcãs Ocidentais, que são candidatos à entrada na UE, no início de novembro. Essa expansão está gerando uma transformação real na visão geopolítica da Europa, como afirmou Macron.

Outro ponto abordado no debate é a distribuição do financiamento europeu além da Política Agrícola Comum (PAC) e dos fundos de coesão. O chanceler alemão, Olaf Scholz, destacou a importância de redistribuir recursos para áreas como inovação, inteligência artificial e conectividade. Ele defendeu a modernização da UE, mas admitiu que o debate será difícil.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, resumiu que o debate político sobre as prioridades da UE para o futuro começou nesta cúpula. Ele destacou que o financiamento é uma questão central nesse processo. A adesão da Ucrânia à UE, por exemplo, poderia resultar em uma mudança na dinâmica da distribuição do orçamento europeu.

Michel ressaltou ainda que é importante parar de adiar as coisas diante do atual contexto de invasão russa na Ucrânia. Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu uma adaptação mais rápida da UE, argumentando que os tratados não devem ser esperados para avançar na expansão.

No entanto, especialistas franceses e alemães encomendados pelos governos de ambos os países afirmaram que a UE ainda não está preparada para receber novos membros, seja do ponto de vista institucional ou político. Esses especialistas destacaram a necessidade de uma profunda reforma da UE até o final desta década para evitar a paralisia.

Portanto, o debate sobre a expansão da UE está apenas começando e promete ser longo e desafiador. Os líderes europeus terão que encontrar um equilíbrio entre a aceleração do processo e a preparação adequada para receber novos membros, levando em consideração as transformações geopolíticas e as necessidades de financiamento do bloco.

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