Estudo científico da UFPE revela novo uso das folhas da pitangueira no tratamento da candidíase vaginal.

Um estudo científico realizado pelo Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) revelou um novo uso para as folhas da pitangueira, árvore que é predominante na Mata Atlântica. A pesquisa, conduzida pelo professor Luiz Alberto Lira Soares, apontou que as folhagens podem ser utilizadas para a produção de medicamentos destinados ao tratamento da candidíase vaginal.

Causada pelo fungo Candida, a infecção pode gerar inflamação e coceira intensa, acometendo três em cada quatro mulheres, pelo menos, uma vez ao longo da vida. Para tratar a infecção, o estudo desenvolveu um gel, um creme e um comprimido capazes de combater o fungo, aliviar as inflamações e dores causadas pela candidíase vaginal.

“O destaque dessa pesquisa foi a criação de produtos simples e seguros, feitos a partir de nossa biodiversidade e empregando recursos renováveis”, avaliou o professor Luiz Alberto, que também coordena o Núcleo de Desenvolvimento Analítico e Tecnológico de Fitoterápicos (Nudatef), onde foram realizados os trabalhos.

Atualmente, o tratamento habitual para a candidíase vaginal utiliza insumos farmacêuticos ativos (IFAs) sintéticos de uso oral ou tópico. No entanto, a prescrição indiscriminada pode favorecer o surgimento de cepas multirresistentes.

“As dificuldades em tratar as pessoas acometidas com infecções fúngicas representam, além de um problema de saúde pública, um problema econômico que está levando a comunidade científica a buscar novos IFAs de amplo espectro, que apresentem menor toxicidade e baixa ocorrência de efeitos adversos”, destacou o professor.

Os novos medicamentos têm como princípio ativo uma substância encontrada nas folhas da pitangueira. Para a extração, foram utilizados métodos físicos como moagem, secagem e extração com alto cisalhamento.

Os medicamentos desenvolvidos passaram por diversos testes que comprovaram a capacidade dos produtos de impedir o crescimento dos fungos. Também foram testados critérios como estabilidade, segurança e eficácia.

A pesquisa foi desenvolvida com o apoio do Ministério da Saúde e do CNPq, promovidos por meio de uma Chamada Pública que incentivou ideias que impulsionassem a ciência e a inovação no Brasil com o objetivo de desenvolver fitoterápicos que pudessem ser incluídos no SUS.

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