Governo alemão considera interromper financiamento de resgates de migrantes no Mediterrâneo, após críticas da Itália.

O governo alemão está estudando a possibilidade de interromper o financiamento de organizações sem fins lucrativos que realizam resgates de migrantes no Mediterrâneo, de acordo com informações do jornal Bild. Segundo o periódico, o orçamento alemão para 2023 destina dois milhões de euros para essas organizações, mas não há menção semelhante no projeto de orçamento para o próximo ano.

De acordo com fontes da comissão de orçamento do Parlamento alemão, isso não se trata de um esquecimento. Tanto a Chancelaria quanto o Ministério das Relações Exteriores são a favor de cancelar o financiamento, afirmou o Bild.

A polêmica em torno do financiamento dessas organizações começou quando a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, enviou uma carta ao chefe de governo alemão, Olaf Scholz, expressando sua “estupefação” em relação ao assunto. A Alemanha confirmou pouco depois que estava concedendo entre 400 mil e 800 mil euros para cada um dos dois projetos relacionados aos migrantes.

Enquanto a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, defendeu o apoio do governo às missões de resgate, o chanceler Olaf Scholz adotou um tom diferente durante a cúpula da União Europeia. Questionado sobre o financiamento, ele enfatizou que a proposta foi aprovada pelo Parlamento, não pelo governo.

Essa atitude do governo alemão tem gerado controvérsias e colocado em xeque a política migratória do país. A interrupção do financiamento das organizações responsáveis pelos resgates de migrantes pode gerar graves consequências humanitárias no Mediterrâneo, uma vez que essas instituições desempenham um papel fundamental no salvamento de vidas em situações de naufrágio.

Ainda não há informações concretas sobre como a Alemanha pretende lidar com essa questão, mas o debate em torno do assunto continua e mais esclarecimentos são aguardados. A decisão final do governo alemão poderá ter um impacto significativo no cenário migratório da região e nas políticas adotadas pelos demais países da União Europeia.

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