Gráfica do Senado trabalhou intensamente para imprimir a Constituição de 1988 e disponibilizá-la à população

Há 35 anos, em um momento histórico para o país, a Gráfica do Senado trabalhava incansavelmente para imprimir 20 mil exemplares da nova Constituição brasileira. Enquanto o deputado constituinte Ulysses Guimarães presidia a sessão do Congresso Nacional para promulgar o novo texto, a equipe da gráfica se dedicava a garantir que os primeiros exemplares estivessem disponíveis para a população e fossem enviados aos estados assim que a Constituição entrasse em vigor.

Florian Madruga, ex-diretor da Gráfica do Senado, conta que durante os dois anos da Constituinte, a equipe trabalhou sem descanso, com turnos organizados em três horários. Além de imprimir a Constituição, a gráfica também era responsável por produzir atas, diários, relatórios, pareceres e emendas. Tudo tinha que ser feito com urgência, pois o país estava vivendo um momento importante de transformação.

Um dos meios utilizados para aproximar a população dos debates que aconteciam no Congresso foi o Jornal da Constituinte, que era impresso diariamente pela gráfica. Além disso, havia o programa “A Voz da Constituinte”, que era transmitido em rede nacional de rádio, e o “Diário da Constituinte”, que era transmitido em todas as emissoras de TV do país. Esses veículos de comunicação possibilitaram uma ampla participação popular e abriram as portas para que as pessoas pudessem acompanhar de perto o que estava acontecendo no Parlamento.

Ester Monteiro, jornalista e servidora da Assessoria de Imprensa do Senado, relembra que o Congresso estava cheio o tempo todo, com pessoas dos mais diversos setores e segmentos da sociedade. Lobistas, mães de associações, pessoas do setor agropecuário, todos se sentiam parte do processo constituinte. O momento era de efervescência de ideias e de busca por mudanças.

Raimundo Carrero, atual embaixador do Brasil em Portugal, lembra da importância da comunicação nesse processo. Ele foi chefe de serviço na Ata da Constituinte e esteve à frente da Secretaria-Geral da Mesa por mais de dez anos. Carrero destaca que, após um tempo para definir como seria a Constituinte, as discussões realmente começaram a fluir e a população brasileira se engajou no processo.

O Prodasen, órgão do Senado responsável pelo processamento de dados, também desempenhou um papel fundamental durante a Assembleia Nacional Constituinte. Cristóvão Araújo, coordenador do Prodasen na época, destaca que o trabalho começou desde a elaboração do Regimento Interno da Constituinte. O Prodasen trabalhava em parceria com a Gráfica do Senado para garantir que as informações fossem processadas e impressas a tempo dos debates.

No meio de todo esse processo administrativo, Claudia Lyra, que trabalhava na taquigrafia na época, lembra do desafio de registrar todos os debates. Com um quadro pequeno de funcionários, era necessário dividir a equipe em duas turmas para que houvesse uma cobertura completa. O trabalho era árduo, mas todos estavam imbuídos na importância da construção da nova Constituição.

Enfim, a Constituinte foi um marco na história do Parlamento brasileiro. Foi um momento de participação popular e de discussões acerca das mudanças necessárias para o país. Todos os envolvidos nesse processo, sejam eles da Gráfica do Senado, do Prodasen, da taquigrafia ou da imprensa, contribuíram para a construção de um novo capítulo na história do Brasil.

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