Papiloscopistas da Polícia Civil encontram impressão digital em carro de suspeitos do triplo assassinato no Rio

Papiloscopistas da Polícia Civil conseguiram recuperar um fragmento de impressão digital no carro em que estavam os corpos de três suspeitos de participarem do triplo assassinato dos médicos na Barra da Tijuca, na madrugada de quinta-feira. O material estava na parte interior da porta do motorista e pode ajudar a investigação identificar quem dirigiu ou outros envolvidos nas mortes. O veículo estava abandonado na Rua Abraão Jabor, no Camorim, e há indícios de que o motorista deixou o local na garupa de uma moto ainda não identificada.

Os quatro suspeitos do triplo homicídio de médicos podem ter sido mortos entre 10 e 12 horas após o crime. A hipótese deriva de um laudo produzido por peritos da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) a partir da análise das condições dos quatro cadáveres, que mostra que dois deles aparentavam estar em rigidez muscular generalizada. Segundo especialistas, uma mudança bioquímica provoca esse enrijecimento dos corpos a partir desse intervalo de tempo.

De acordo com o documento, ao qual O Globo teve acesso, os cadáveres de dois dos criminosos encontrados na Rua Abraão Jabor, no Camorim, também na Zona Oeste, já apresentavam a condição de rigidez muscular generalizada às 22h40 desta quinta-feira. Nesses, havia ainda orifícios típicos de ação perfuro-contundente, provocados por disparos de armas de fogo e facadas, nas regiões dorsal, lombar, torácica, epigástrica e flanco direito.

Professor da Universidade Federal da Alagoas, o médico legista George Samuel Sanguinetti explica que o tempo para que ocorra essa rigidez generalizada sofre variações de diversos fatores. Ele afirma ainda que somente o exame cadavérico, feito pelos peritos no Instituto Médico-Legal (IML), poderá atestar essas informações com maior precisão:

— Quando existe morte, um dos primeiros fenômenos de transformação que aparece no cadáver é a rigidez, que começa pelo mento e se espalha pelos músculos de todo o corpo. Essa mudança bioquímica depende de diversos fatores, como a idade da pessoa e o que ela ingeriu antes da morte e ainda de variações do meio ambiente, como a temperatura do local. É possível estimar que esse enrijecimento generalizado se dê entre oito e dez horas após a morte.

A análise feita pelo Grupo Especial de Crime (GELC) da DHC aponta que, dentro de um Honda HRV no Camorim, foram encontrados três corpos de homens, dois brancos e um pardo, que aparentavam ter 25 anos. Todos estavam de camisas, bermudas e tênis. O carro teria sido abandonado no local por volta de 22h55 e o seu motorista resgatado por uma motocicleta, de modelo e cor não identificados.

Já na Avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul, também na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste, os agentes encontraram um quarto corpo, por volta de 01h03, dentro do porta-malas de um Toyota Yaris. O homem, que seria Philip Motta Pereira, o Lesk, também apresentava “múltiplos ferimentos provocados por projétil de arma de fogo”.

Para o perito Nelson Massini, professor titular Medicina Legal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, as lesões que aparecem nos suspeitos, inclusive contusões nas cabeças, demonstram que eles foram torturados e tiveram os corpos arrastados.

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