Pesquisas apontam benefícios do jejum intermitente na redução do risco de diabetes tipo 2 e no retardamento do aparecimento do Alzheimer.

O jejum intermitente tem se tornado uma tendência entre os brasileiros, mas também é alvo de controvérsias. No entanto, um estudo recente realizado pela Universidade de Adelaide e do Instituto de Pesquisa em Saúde e Medicina do Sul da Austrália mostrou que essa prática pode ser mais benéfica na redução do risco de diabetes tipo 2 do que uma dieta de restrição calórica usual.

Os pesquisadores contaram com a participação de 209 voluntários e observaram que aqueles que fizeram três dias de jejum não consecutivos, com um período de alimentação de apenas 8h às 12h, apresentaram maior tolerância à glicose após 6 meses de jejum do que aqueles que seguiram uma dieta de baixa caloria diária. Além disso, os participantes da dieta de jejum intermitente mostraram maior sensibilidade à insulina e uma redução maior nos lipídios do sangue.

O diabetes tipo 2 ocorre quando as células do corpo não respondem adequadamente à insulina, o que leva à incapacidade do organismo de controlar os níveis de glicose no sangue. O estudo também destacou que o jejum intermitente pode ajudar a retardar o aparecimento do Alzheimer, pois essa doença neurodegenerativa está associada a distúrbios no ritmo circadiano do corpo.

Outra pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia em San Diego concluiu que o jejum intermitente pode corrigir o ciclo circadiano em ratos, melhorando a memória e reduzindo o acúmulo de proteínas amiloides no cérebro. Os pesquisadores esperam realizar testes clínicos em humanos para confirmar esses resultados.

Apesar dos benefícios potenciais, especialistas alertam que a maioria dos estudos sobre jejum intermitente foi feita em animais e que ainda não há informações suficientes sobre os riscos e a adaptabilidade dessa prática em estilo de vida humano comum. Além disso, o jejum intermitente não é recomendado para gestantes, lactantes, crianças, adolescentes, idosos, pacientes com diabetes tipo 1 e pessoas imunocomprometidas.

Os pratos consumidos durante a janela de alimentação devem ser equilibrados e nutritivos, para garantir que o organismo receba os nutrientes necessários. Além disso, o jejum intermitente pode afetar a relação social em torno da comida, já que muitas vezes é durante as refeições que as famílias se reúnem.

Estudos recentes também mostram que o horário das refeições é importante. Comer durante o dia, até o final da tarde, contribui para a perda de peso e melhora a sensibilidade à insulina. Por outro lado, iniciar a janela de alimentação à tarde e terminá-la à noite não traz os mesmos benefícios metabólicos. Segundo especialistas, o ideal seria ter uma janela de alimentação entre 8h e 12h ou 8h e 16h.

Em resumo, o jejum intermitente pode trazer benefícios na redução do risco de diabetes tipo 2 e no retardamento do Alzheimer, segundo estudos recentes. No entanto, é necessário avaliar com cautela esses resultados e ter acompanhamento profissional para garantir a segurança e a adequação da prática.

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