Senado adia votação da minirreforma eleitoral da Câmara para evitar mudanças constantes nas regras eleitorais.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, justificou que a não votação da minirreforma eleitoral da Câmara dos Deputados (PL 4.438/2023) pelos senadores se deu para evitar constantes mudanças nas regras eleitorais a cada pleito. O projeto deveria ser votado um ano antes das eleições municipais, que ocorrerão em outubro do próximo ano. Dentre as mudanças propostas pelo projeto dos deputados, destacam-se a simplificação da prestação de contas, a possibilidade de doações via Pix ou vaquinha virtual, e a permissão de uso da verba destinada às candidatas femininas para despesas de outros candidatos.

Pacheco esclareceu que a minirreforma eleitoral será analisada em conjunto com o projeto de reforma do Código Eleitoral (PLP 112/2021), visando a criação de uma legislação permanente. O texto do PLP 112/2021 está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), tendo o senador Marcelo Castro (MDB-PI) como relator do projeto.

No entanto, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) lamentou a decisão do Senado e afirmou que as eleições municipais poderão ser alvo de questionamentos na Justiça Eleitoral. A não votação da minirreforma da Câmara nesta etapa pode gerar instabilidade e incertezas no processo eleitoral, uma vez que as regras eleitorais não estarão atualizadas a tempo.

Em contrapartida, o líder do governo no Senado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), negou a existência de uma crise entre as duas Casas legislativas devido à decisão de não votar a minirreforma neste momento. Segundo ele, a análise conjunta da minirreforma e do projeto de reforma do Código Eleitoral é uma estratégia para garantir uma legislação eleitoral mais estável e permanente.

A decisão de adiar a votação da minirreforma eleitoral da Câmara dos Deputados suscita discussões sobre a segurança jurídica e a continuidade da atualização das regras eleitorais. A expectativa é que o Senado, em conjunto com a Câmara, apresente uma legislação eleitoral que traga eficiência, transparência e justiça às disputas eleitorais do país. No entanto, é fundamental que o processo de votação e aprovação dessas reformas seja ágil e efetivo, a fim de evitar potenciais questionamentos e instabilidades no sistema eleitoral brasileiro.

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