Trump recua e declara apoio a Jim Jordan para a Presidência da Câmara dos EUA, em meio à disputa interna do Partido Republicano

Em meio a um cenário político caótico causado pela deposição de Kevin McCarthy da Presidência da Câmara dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump anunciou apoio ao deputado Jim Jordan para ocupar o cargo. Essa decisão é apenas mais um episódio da novela que a escolha do novo líder republicano na Casa Legislativa tem se tornado.

Após negar qualquer intenção de assumir a Presidência da Câmara, Trump havia sinalizado que poderia ocupar o cargo temporariamente para unificar o Partido Republicano. No entanto, ele recuou e declarou apoio a Jim Jordan, deputado de Ohio e atual presidente do Comitê Judiciário da Câmara. Em uma publicação na Truth Social, Trump destacou as qualidades de Jordan, como sua postura firme no combate ao crime, na defesa da fronteira, no apoio aos militares/veteranos e na defesa da Segunda Emenda.

A deposição de McCarthy deixou ainda mais evidentes as divisões internas do Partido Republicano. Com uma pequena maioria que garante o controle da Câmara baixa do Congresso, uma pequena dissidência liderada pelo deputado Matt Gaetz foi suficiente para derrubar McCarthy do cargo. Isso aconteceu depois de uma negociação bipartidária que evitou um “apagão” no financiamento do governo Biden, o que desagradou a ala republicana mais radical.

A escolha do sucessor de McCarthy está longe de ser fácil. A própria eleição de McCarthy em janeiro exigiu várias votações e negociações nos bastidores para agradar todas as facções do partido. Até o apoio de Trump a Jordan, o deputado de Ohio nem sequer era mencionado como possível líder na Câmara.

O fato de alguns deputados radicais terem tentado emplacar a candidatura de Trump para a Presidência da Câmara expõe o sistema de recompensas do Partido Republicano. Segundo o repórter Michael C. Bender, do The New York Times, o partido premia o extremismo de seus membros, o que acaba gerando divisões e prejudicando a própria legenda.

Enquanto o partido não chegar a um acordo e unificar posições, a pauta na Câmara permanecerá suspensa, ameaçando a continuidade das atividades regulares do governo americano. A valorização do purismo ideológico conservador tem quebrado barreiras no partido, como a deposição de McCarthy. O discurso de Trump, mesmo com todas as acusações criminais que enfrenta, reforça essa linha-dura e tem sido bem recebido por sua base de apoiadores.

Neste contexto, a escolha do próximo líder republicano na Câmara dos EUA é crucial para a unificação do partido e para a governabilidade do país. O processo não será fácil e as divisões internas do Partido Republicano continuarão sendo um desafio a ser enfrentado.

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