Mercado de materiais para fantasias de carnaval depende de importações e pode ser impulsionado por parque industrial, defende Fenasamba.

A indústria de materiais para fantasias e adereços utilizados nos desfiles de carnaval no Brasil movimenta um mercado amplo e diversificado. No entanto, grande parte desses produtos é importada, o que muitas vezes está diretamente ligado à variação do dólar. Diante dessa realidade, o presidente da Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba), Kaxitu Ricardo Campos, propõe a criação de um parque industrial voltado para atender a demanda desse setor.

Campos destaca que a falta de opções no Brasil leva à necessidade de importação de materiais, o que encarece os produtos e dificulta a operação das escolas de samba. Para ele, o estabelecimento de um parque industrial nacional seria uma solução importante para suprir essa demanda constante e garantir preços mais acessíveis.

A Fenasamba, fundada em 2017, representa atualmente 87 ligas e agremiações carnavalescas do país, englobando mais de 1.000 blocos temáticos e escolas de samba. Além disso, a federação tem como objetivo contribuir para o avanço de políticas públicas voltadas para o setor.

A filiação das escolas de samba a uma entidade nacional surgiu em 2013, quando houve uma audiência pública na Câmara dos Deputados para debater a economia do carnaval. Desde então, a Fenasamba tem sido responsável por promover o diálogo entre as instâncias federais e o segmento carnavalesco, buscando a criação de políticas públicas em favor do carnaval.

Uma das conquistas alcançadas através dessa atuação política foi a sanção da lei que reconheceu as escolas de samba e seu desfile como manifestações da cultura nacional. Essa legislação garante a livre atividade das escolas e a realização dos desfiles, e foi sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio deste ano.

Além disso, a Fenasamba também atuou para que as escolas de samba fossem contempladas nas leis emergenciais criadas durante a pandemia da covid-19 para o setor cultural. Inicialmente, essas leis deixavam de fora as escolas de samba, mas através da interlocução com as autoridades competentes, a federação conseguiu incluir a categoria nas leis.

O presidente da Fenasamba ressalta que as escolas de samba são muito mais do que apenas os desfiles. Elas são organismos culturais e sociais vivos, que desenvolvem uma série de atividades ao longo do ano e precisam de apoio para continuar atuando.

Diante disso, a federação busca parcerias com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para a transmissão de eventos do setor. Através dessa parceria, foi possível transmitir diversos desfiles este ano, incluindo o tradicional carnaval de Corumbá, na fronteira com a Bolívia.

A Assembleia Geral Anual da Fenasamba, que ocorrerá neste fim de semana na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro, abordará diversos temas, como o mercado e as oportunidades para os profissionais do carnaval, as experiências carnavalescas na gestão pública, os desfiles das escolas de samba e o turismo. Participarão dos debates parlamentares e representantes do governo federal, que discutirão formas de fortalecer e apoiar o setor.

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