Descoberta rara: Pesquisadores encontram nova espécie de bromélia em Minas Gerais com folhas cheias de pelos

Uma nova espécie de bromélia foi descoberta por pesquisadores em Minas Gerais, apresentando como característica marcante suas folhas cheias de pelos. Batizada como Krenakanthus ribeiranus, essa variedade se diferencia tanto das outras espécies da mesma família que, inicialmente, os cientistas não acreditavam que se tratava de uma bromeliácea.

A descoberta foi possível graças à colaboração de Júlio Cesar Ribeiro, um morador do município de Alvarenga que enviou fotos da espécie para os pesquisadores, a fim de que pudessem identificá-la. A peculiaridade da planta chamou a atenção dos cientistas, pois é difícil imaginar uma bromélia com folhas aveludadas e cheia de pelos.

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A bromélia-peluda, como foi apelidada pelos pesquisadores, é conhecida apenas em uma montanha da região do Vale do Rio Doce. Sua distribuição restrita e o avançado grau de degradação da área levaram à classificação dessa nova espécie como criticamente em perigo de extinção.

Eduardo Fernandez, pesquisador do Centro Nacional de Conservação da Flora, defensor de políticas de conservação, enfatiza a urgência da proteção da espécie. Entre as ameaças que essa bromélia enfrenta estão o desmatamento para a abertura de pastagens e lavouras, bem como o aumento da frequência de incêndios.

Para Fernandez, é necessário adotar medidas urgentes, como a realização de estudos para a criação de uma unidade de conservação e a inclusão da espécie em políticas de conservação em andamento na região. Estratégias de conservação ex situ também podem ser adotadas para assegurar um futuro próspero para essa peculiar bromélia.

As serras do Leste de Minas Gerais têm sido palco de várias descobertas botânicas nos últimos anos. Mais de 30 novas espécies vegetais foram descobertas na região por pesquisadores. No entanto, a atenção do poder público ainda é incipiente, sendo crucial o estabelecimento de unidades de conservação na região, que possui um déficit de medidas de conservação in situ na região do Médio Rio Doce.

A descrição da bromélia-peluda foi publicada na revista científica Phytotaxa por pesquisadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica, da Universidade Federal de São João del-Rei, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A descoberta mostra a importância de estudos e esforços para a conservação da biodiversidade, especialmente em regiões ameaçadas como as serras do Leste de Minas Gerais.

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