O oficial israelense Omer Barak, de 24 anos, relatou que muitos preferiram morrer nas chamas e na fumaça do que nas mãos dos terroristas. Ele descreveu o horror que encontrou no kibutz, especialmente ao se deparar com os corpos das duas crianças assassinadas. O general da reserva Itai Veruv fez uma comparação perturbadora, lembrando dos campos de morte na Europa durante a Segunda Guerra Mundial quando retiraram os corpos dos civis.
Os destroços do massacre estão espalhados por toda a cooperativa. Patinetes pulverizados, capacetes rosa abandonados em cima de mesas, máquinas de lavar parcialmente destruídas e caminhões incendiados são alguns dos objetos retratando a violência vivida pelos civis. Segundo o general Veruv, cerca de 70 terroristas armados e treinados atacaram Kfar Aza, com a intenção clara de fazer um massacre.
A dura realidade é que o ataque ocorreu muito perto de Gaza, o que permitiu que os agressores chegassem rapidamente ao kibutz. As forças israelenses lutaram arduamente por dois dias para libertar o local, mas o número de mortos entre os civis é alarmante. Estima-se que mais de 100 pessoas tenham perdido a vida, talvez até 150.
A situação tem deixado os israelenses atônitos. Alguns militares afirmam que essas cenas são típicas da Ucrânia ou do Estado Islâmico, não esperavam vivenciar algo semelhante em seu próprio país. A população está dividida entre a busca pela paz e a constatação de que não é possível negociar ou ter paz com o Hamas.
Enquanto o exército se retira gradualmente de Kfar Aza, os sons da vida cotidiana voltam a ser ouvidos no local. O canto dos pássaros é interrompido apenas pelo barulho dos obuses israelenses atingindo Gaza e pelos foguetes palestinos interceptados pelo sistema de defesa Cúpula de Ferro. A poucos quilômetros dali, um pesado dispositivo militar se dirige à Faixa de Gaza, ansioso para travar um combate contra os agressores.
A mensagem é clara: o Hamas pagará pelo massacre. Israel não estava preparado para o ataque brutal às casas de civis, e agora busca justiça. Enquanto isso, as trágicas consequências desse dia sangrento permanecem visíveis em Kfar Aza, onde o cheiro de morte e a destruição são testemunhas do terror enfrentado pelos habitantes da cooperativa agrícola.