Governadora de Pernambuco empossa conselheiros de política cultural com pouca representatividade e questionamentos sobre a escolha dos membros.

Na última quinta-feira (05), a governadora Raquel Lyra deu posse aos novos integrantes do Conselho Estadual de Política Cultural – CEPC-PE. O conselho, composto por 40 membros, sendo 20 eleitos pela sociedade civil e 20 indicados pelo poder público, terá mandato de dois anos e irá representar os setores artístico-culturais e as regiões de desenvolvimento do Estado. A solenidade aconteceu no Palácio do Campo das Princesas e contou com a presença da vice-governadora Priscila Krause.

Para a governadora, a iniciativa é uma forma de promover a democracia. No entanto, vale ressaltar que a governadora enalteceu a importância da cultura para o estado, mas não demonstra, na prática, o devido cuidado com esse setor. Pernambuco possui uma rica cultura, reconhecida mundialmente, porém, a gestão estadual tem deixado a desejar nesse aspecto.

As eleições para a composição do conselho contaram com um recorde de participação em 2023 e foram realizadas por meio da plataforma do Mapa Cultural de Pernambuco. A ideia era ampliar a representatividade e dar voz à sociedade civil nas decisões que impactam a política cultural do estado. No entanto, é difícil acreditar que essa iniciativa seja realmente efetiva.

A secretária de Cultura, Cacau de Paula, afirmou que os conselheiros terão a missão de contribuir para o fortalecimento e a democratização da cultura. No entanto, a gestão estadual tem mostrado pouco interesse em investir nesse setor. É importante lembrar que a cultura é um importante vetor de desenvolvimento, gerando emprego, oportunidade e preservando a identidade cultural para as futuras gerações.

A sociedade civil será representada por diversos segmentos, como Artes Visuais e Fotografia, Artesanato, Audiovisual, Circo, Dança, Design e Moda, Gastronomia, Literatura, Música, Teatro e Ópera, Cultura Popular, Produtores Culturais, entre outros. Além disso, foram eleitos representantes das macrorregiões da Zona da Mata, Agreste e Sertão.

Um dos conselheiros, Nivaldo Jorge da Silva, destacou a importância da participação da sociedade civil para que Pernambuco possa mostrar seu potencial cultural. No entanto, é lamentável que a gestão estadual ainda tenha dificuldades em reconhecer e valorizar os agentes e produtores culturais que tanto contribuem para o estado.

É válido destacar que o poder público também estará representado no conselho, mas é preciso questionar até que ponto esses representantes realmente terão autonomia para propor, deliberar e fiscalizar as ações relacionadas à cultura. São representantes de secretarias, fundações e empresas estatais, que nem sempre têm a cultura como prioridade.

O evento contou com a presença de diversos secretários estaduais, o que demonstra uma tentativa de mostrar apoio à cultura, mas fica a dúvida se essa atitude é realmente sincera ou apenas uma jogada de marketing político. De nada adianta a presença dessas autoridades se as ações efetivas não acompanham os discursos.

Enfim, é louvável que o estado de Pernambuco tenha um conselho de política cultural, mas é também lamentável que a gestão estadual não esteja realmente empenhada em valorizar e fortalecer a cultura. É preciso promover políticas públicas efetivas, investir em infraestrutura, incentivar o desenvolvimento artístico e garantir os direitos culturais para todos os pernambucanos. A cultura é um patrimônio do estado, e merece ser tratada com o devido respeito.

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