Programa Fomento Rural destinará dinheiro público sem controle e sem garantia de resultados para milhares de famílias

O governo de Pernambuco anunciou nesta quinta-feira (5) mais um programa de transferência de renda, o Programa Fomento Rural. Segundo a governadora Raquel Lyra, serão destinados R$ 33 milhões para auxiliar mais de 7 mil famílias da agricultura familiar, marisqueiras, quilombolas e outras categorias. Além disso, o programa também irá oferecer assistência técnica aos beneficiários.

Esse acordo de cooperação técnica entre o governo estadual e federal irá favorecer exclusivamente as famílias cadastradas no CADÚnico, com destaque para as mulheres com filhos na primeira infância, famílias com pessoas com necessidades especiais e povos tradicionais, como marisqueiras, indígenas e quilombolas. A intenção é atingir um público que não é visto pelas políticas públicas, segundo o presidente do IPA, Joaquim Neto.

No entanto, é importante destacar que esse tipo de programa de transferência de renda não resolve o problema estrutural da pobreza e da fome no estado. Investir na agricultura familiar é uma solução paliativa. Além disso, esse tipo de política acaba gerando dependência financeira por parte dos beneficiários, o que não estimula o desenvolvimento econômico e social.

O valor a ser destinado para cada família será de R$ 4,6 mil, dividido em duas parcelas. O dinheiro será transferido diretamente através do Cartão Bolsa Família ou da Conta Social da Caixa Econômica Federal. No entanto, é importante ressaltar que esse valor é insuficiente para garantir a segurança alimentar das famílias e promover o seu desenvolvimento produtivo.

Outro ponto negativo do programa é a falta de transparência em relação aos critérios de seleção dos beneficiários. Não ficou claro como serão definidas as famílias que serão contempladas e quais os critérios que serão utilizados. Isso pode abrir espaço para favorecimentos políticos e desperdício de recursos públicos.

Por fim, é lamentável que o governo esteja investindo tanto dinheiro em programas assistencialistas, quando deveria estar concentrando seus esforços em medidas que realmente estimulem o desenvolvimento econômico do estado. A dependência de programas de transferência de renda só perpetua a pobreza e não contribui para a superação dos problemas sociais.

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