Ministro da Fazenda Fernando Haddad anuncia intenção da diretora-geral do FMI de revisar cotas de países emergentes, incluindo o Brasil.

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou hoje que a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, expressou seu desejo de apresentar um cronograma para a revisão das cotas que cada país emergente, incluindo o Brasil, contribui para o fundo.

Durante uma coletiva de imprensa em Marrakech, no Marrocos, onde está ocorrendo a reunião anual do FMI, Haddad informou aos jornalistas que Georgieva convidou o Brasil a considerar essa possibilidade. A revisão das cotas é um dos principais temas da pauta do evento e a diretora-geral do fundo afirmou que espera avançar nas discussões sobre o aumento dos recursos até o fim deste ano.

Haddad comemorou a iniciativa da diretora-geral, afirmando que é um passo positivo. Ele ressaltou a importância de manter o princípio da proporcionalidade entre os países-membros do fundo, o qual está entre os fundamentos de sua criação. Para o ministro, comprometer esse princípio significa perder legitimidade e apoio em longo prazo.

O FMI classifica as contribuições dos países-membros como a base financeira e de governança da organização. Cada país contribui com uma cota que leva em consideração sua posição na economia mundial e determina seu poder de voto nas decisões do fundo.

A revisão das cotas ocorre a cada cinco anos e é feita pelo Conselho de Governadores do FMI, levando em conta as necessidades financeiras do fundo e a capacidade de cada país suportá-las. O último processo de revisão foi concluído em 2010 e entrou em vigor em 2016. Em 2020, foi iniciado um novo ciclo de revisão, que tem previsão para ser concluído até dezembro deste ano.

Além disso, Haddad revelou que Georgieva solicitou que o Brasil faça novos aportes ao Fundo para Redução da Pobreza e Crescimento (PRGT), que financia empréstimos sem juros a países pobres. A diretora-geral do FMI ressaltou a importância de ampliar a família de contribuintes do PRGT e unir-se em benefício dos mais vulneráveis na economia global.

O ministro não mencionou valores específicos para os aportes, mas destacou que a solicitação se deve à crise da dívida dos países pobres e ao aumento das taxas de juros. Essa pauta também tem sido discutida nas reuniões do FMI durante o evento em Marrakech.

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