Diplomata da embaixada de Israel em Pequim é esfaqueado em possível atentado terrorista.

Um vídeo que circula nas redes mostra o momento em que um diplomata da embaixada de Israel em Pequim foi esfaqueado nesta sexta-feira (13) enquanto caminhava em um dos distritos centrais da capital chinesa. A notícia foi primeiramente divulgada pelo portal israelense Ynet e depois confirmada pelo Ministério do Exterior de Israel. Segundo o órgão, a vítima do ataque foi hospitalizada em condição estável. A suspeita é de atentado terrorista, mas ainda não há confirmação do que motivou o agressor.

As autoridades chinesas ainda não fizeram nenhum pronunciamento sobre o caso e ele também não apareceu na mídia estatal. Vale destacar que, na quinta-feira, um contingente policial reforçado estava posicionado nas cercanias da embaixada de Israel em Pequim durante um evento organizado em solidariedade às vítimas dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas na semana passada, que deixaram mais de mil civis mortos. Diversas missões diplomáticas estrangeiras, incluindo a do Brasil, enviaram representantes ao evento.

Após os ataques, as redes sociais chinesas foram inundadas de manifestações de apoio ao Hamas, muitas delas com teor antissemita. Isso levou a embaixada de Israel em Pequim a criticar a reação econômica do governo chinês aos ataques, que não condenou o Hamas e apenas pediu contenção dos dois lados. Yuval Waks, número dois da embaixada, afirmou que esperava uma condenação mais forte por parte de Pequim.

A agressão ao diplomata israelense imediatamente levantou suspeitas de atentado terrorista na comunidade judaica da capital chinesa, principalmente por estar ocorrendo em um momento de tensão em Gaza. Além disso, teme-se que outros ataques possam ocorrer. Contudo, incidentes como esse são raros na China, que é geralmente considerada uma país seguro e altamente controlado pelos serviços de segurança estatais.

No mês passado, um funcionário da embaixada da Áustria em Pequim também foi ferido a facadas por um cidadão chinês. A polícia prendeu o agressor, alegando que ele sofre de problemas mentais. É importante ressaltar a proximidade de Israel com os Estados Unidos, o que alimenta hostilidades no país. Já a China comunista tem laços históricos com o movimento palestino. As relações diplomáticas com Israel só foram estabelecidas em 1992, enquanto o governo chinês reconheceu oficialmente a Organização para Libertação da Palestina (OLP) em 1964 e reconheceu o Estado palestino em 1988.

Nos últimos anos, a liderança chinesa tem demonstrado o desejo de assumir um papel mais ativo para o estabelecimento de um Estado palestino. Durante uma visita à Arábia Saudita em 2022, o presidente Xi Jinping lamentou a “injustiça histórica” sofrida pelos palestinos. Após os ataques do Hamas, em entrevista coletiva do Ministério das Relações Exteriores chinês, a porta-voz Mao Ning expressou profundo pesar pelas baixas civis e afirmou que a prioridade era encerrar as hostilidades e restaurar a paz o quanto antes. No entanto, quando questionada se Pequim considerava os ataques do Hamas como atos de terrorismo, Mao tergiversou e repetiu respostas anteriores.

Diante desse contexto delicado, o incidente envolvendo o diplomata israelense em Pequim acende um sinal de alerta na comunidade judaica local e reforça a preocupação com a possibilidade de outros ataques ocorrerem. A situação atual requer atenção tanto das autoridades chinesas quanto das autoridades israelenses, para garantir a segurança dos diplomatas e prevenir futuros atentados.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo