Os incêndios na Amazônia têm causado danos severos à cidade, afetando diretamente a saúde da população. Maria Luiza Reis, uma moradora de 72 anos, lamenta a situação e relata que as pessoas não têm consciência de que estão contribuindo para a destruição da floresta, com muitos animais também sofrendo as consequências. Maria conta que já apresenta problemas de saúde e precisa usar máscara para se proteger do ar tóxico.
Diante desse cenário preocupante, as autoridades sanitárias estão alertando a população de Manaus para evitar ao máximo a exposição à fumaça nos próximos dias. Márcio Garcia, diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, ressalta os riscos significativos, principalmente para as doenças respiratórias, que as pessoas enfrentam ao ficarem expostas à fumaça.
Os números divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que o estado do Amazonas enfrenta o pior mês de outubro em relação aos incêndios dos últimos 25 anos. Até o momento, foram registrados 2.770 focos ativos, representando um aumento de 154% em comparação com o mesmo período em 2022.
Diante dessa situação de emergência, o governo federal anunciou o envio de dois helicópteros e 149 brigadistas adicionais para auxiliar no combate aos incêndios na região. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, relaciona os incêndios a “criminosos” que utilizam o fogo para limpar o solo e prepará-lo para atividades agrícolas e pecuárias após desmatar a superfície. Ela afirma que não existe fogo natural na Amazônia.
Além das questões de saúde e meio ambiente, os incêndios também têm impactado negativamente a vida cotidiana dos moradores de Manaus. Diversos eventos foram cancelados ou adiados na cidade, incluindo a Maratona de Manaus, gerando frustração para os participantes, como Zacharias Martins, que veio de Goiânia especialmente para correr no domingo.
Apesar das dificuldades, a vida continua na cidade. No cais de Manaus, as pessoas seguem utilizando máscaras para se proteger, enquanto as atividades diárias prosseguem, com trabalhadores carregando cargas e barcos navegando pelo rio Negro.
É importante ressaltar que essa situação gravíssima está ocorrendo em meio a uma seca extrema na região, que tem reduzido os níveis dos rios e criado dificuldades no transporte e no abastecimento de água para cerca de meio milhão de pessoas. Diante desse cenário alarmante, é fundamental que medidas urgentes sejam tomadas para combater e prevenir esses incêndios criminosos, protegendo assim a saúde da população e preservando o meio ambiente.
