Em 2014, durante os combates violentos entre Israel e o Hamas, o exército israelense mobilizou 75.000 reservistas durante 50 dias. Agora, o número de reservistas convocados subiu para 300.000, mostrando a determinação total de Israel em enfrentar o Hamas. A necessidade de aplicar a Lei de talião, “olho por olho, dente por dente”, é citada como uma das motivações por trás dessa ofensiva.
Os preparativos para a incursão terrestre já estão em andamento. Os bombardeios recentes em Gaza visam eliminar os comandos do Hamas, os principais dirigentes, os túneis, os depósitos de armas e os lança-foguetes, a fim de reduzir os riscos para as tropas israelenses. Além disso, os pontos de circulação entre Israel e a Faixa de Gaza foram cortados, assim como o posto fronteiriço de Rafah, entre Gaza e o Egito. A Marinha israelense também impôs um bloqueio naval completo para evitar que o Hamas receba armas e provisões por mar.
Espera-se que a operação israelense seja de grande magnitude, com o envio de todas as unidades de elite, veículos blindados, infantaria mecanizada, comandos e forças especiais. Essas forças terão o apoio de fogo necessário, como artilharia, drones, caças e helicópteros de combate. O objetivo inicial pode ser dividir a Faixa de Gaza em duas, traçando uma linha entre o mar e o muro que a cerca.
No entanto, os combates em áreas urbanas representam um dos maiores desafios para um exército. A Faixa de Gaza é conhecida por suas vielas estreitas e pela extensa rede de túneis, que os serviços israelenses ainda não conseguiram desvendar completamente. Além disso, o Hamas está bem armado, com um arsenal que inclui foguetes, morteiros, mísseis antitanque guiados, lança-granadas e fuzis automáticos.
Nesse conflito, os avanços tecnológicos desempenharão um papel importante. Israel utilizará dispositivos de visão noturna para surpreender o Hamas durante ataques noturnos, além de drones e robôs para reconhecimento e desminagem. As batalhas urbanas recentes têm incorporado drones em uma proporção muito maior do que antes, inclusive drones comerciais modificados para lançar munições.
Dada a assimetria no campo tecnológico e digital entre um exército poderoso e um grupo guerrilheiro, não é garantido que a operação seja rápida. A limpeza de edifícios transformados em fortalezas pode levar dias, semanas ou até meses. O objetivo de Israel é destruir as capacidades militares do Hamas, mas isso pode levar vários meses devido ao território extenso, ao número de combatentes, aos depósitos de armas e à população civil.
Portanto, a possível ofensiva terrestre de Israel em Gaza se aproxima de uma das maiores batalhas urbanas da história. A mobilização de unidades de elite, a utilização de avanços tecnológicos e a resistência do Hamas prometem um confronto prolongado, perigoso e de consequências imprevisíveis. O mundo observa com apreensão e esperança por uma resolução pacífica desse conflito.