De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, Blinken destacou a importância de se evitar que o conflito se espalhe e sugeriu que a China poderia desempenhar um papel importante nesse sentido.
Pequim mantém uma relação estreita com o Irã, cuja liderança apoia tanto o Hamas quanto o Hezbollah. O Hamas é o grupo islâmico palestino responsável pelos ataques recentes a Israel, enquanto o Hezbollah é um grupo militante libanês que poderia abrir uma segunda frente contra Israel.
Wang, por sua vez, ressaltou que os Estados Unidos devem desempenhar um papel construtivo e responsável, buscando uma solução política para a questão o mais rápido possível. Ele também enfatizou a importância de se aderir à objetividade e à justiça no tratamento de questões internacionais, mantendo a calma e assumindo a liderança no cumprimento do direito internacional.
Além disso, o chanceler chinês pediu a convocação de uma reunião internacional de paz o mais rápido possível, com o objetivo de promover um amplo consenso. Ele ressaltou ainda que a implementação de uma “solução de dois Estados” é fundamental para a questão palestina.
As declarações oficiais da China sobre o conflito não mencionaram especificamente o Hamas em suas condenações da violência, o que gerou críticas de autoridades ocidentais que consideraram essas falas fracas demais.
Apesar de compartilharem a China como seu principal adversário global, os Estados Unidos têm trabalhado para estabilizar sua relação com o país. Em junho, Blinken visitou Pequim, em uma rara ocasião.
O telefonema entre Blinken e Wang também incluiu uma discussão sobre as relações China-EUA, que têm sido tensas nos últimos anos devido a questões comerciais e geopolíticas complexas. No entanto, Wang sugeriu que há alguns sinais positivos de melhora nessas relações, o que é bem recebido pelos povos dos dois países e pela comunidade internacional.
O Oriente Médio foi destacado como uma área em que as duas potências poderiam trabalhar juntas. A China, como parceira do Irã, tem uma posição de influência na região, e Blinken busca utilizar isso como uma oportunidade para buscar a calma e a estabilidade na região.
Apesar das diferenças entre os dois países, a busca por uma solução política e o envolvimento construtivo são essenciais para evitar que o conflito se agrave ainda mais e cause mais sofrimento para as populações envolvidas. Resta acompanhar os desdobramentos dessa conversa e ver se a China realmente usará de sua influência para pressionar pela calma no Oriente Médio.