Tefé, no Amazonas, foi o primeiro município do Brasil a observar o raro eclipse anular do sol.

No último sábado (14), o pequeno município de Tefé, localizado no estado do Amazonas, teve a oportunidade única de presenciar o eclipse anular do sol, tornando-se o primeiro lugar no país a testemunhar esse fenômeno fascinante. O eclipse teve início às 13h29, horário local, e alcançou o seu auge às 15h11. Durante aproximadamente cinco minutos, foi possível observar a perfeita alinhamento entre o sol, a lua e a Terra. Ao olhar para o céu, era possível ver o disco solar coberto e escurecido, restando apenas uma borda fina luminosa, dando a impressão de um anel.

Uma das formas de acompanhar esse evento foi por meio da transmissão ao vivo realizada pelo Observatório Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que disponibilizou a transmissão do eclipse no seu canal do Youtube. Contando com a colaboração de parceiros locais e organismos internacionais, como o Time and Date e a Nasa, o eclipse anular foi visível em uma faixa de cerca de 200 quilômetros, que se estendeu desde a costa oeste dos Estados Unidos até o extremo leste do Brasil. Além disso, esse fenômeno também pôde ser apreciado em regiões do México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e Colômbia.

No Brasil, o eclipse anular foi observado em municípios localizados nas regiões Norte e Nordeste do país, como Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Nas demais áreas do Brasil, o fenômeno foi registrado apenas de forma parcial. Um dos espectadores emocionados foi o professor de física Ariel Adorno, que acompanhou o eclipse em Juazeiro do Norte, na Universidade Federal do Ceará. Segundo ele, um eclipse semelhante ocorreu em novembro de 1994, e foi esse evento que despertou o seu interesse pela física. Ariel expressou sua emoção ao presenciar novamente esse fenômeno, relembrando todas as etapas de sua trajetória pessoal e acadêmica.

A astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional, foi responsável por coordenar a transmissão ao vivo, que foi assistida por milhares de pessoas. Durante o evento, Josina esclareceu as principais dúvidas sobre o eclipse, principalmente em relação à sua raridade. De acordo com ela, a sensação de raridade se deve ao fato de que, quando ocorre, o eclipse só pode ser observado em alguns locais específicos do planeta. Isso acontece porque a sombra da lua é pequena e atinge a Terra apenas em uma faixa estreita. Portanto, poucas pessoas têm a oportunidade de presenciar a anularidade ou a totalidade do eclipse, sendo a maioria apenas espectadores parciais. No entanto, Josina explicou que os eclipses solares ocorrem com certa regularidade ao longo dos anos.

Como ponto de referência, o último eclipse anular do sol aconteceu em junho de 2021, mas não foi visível no Brasil. O próximo evento desse tipo está previsto para o dia 2 de outubro de 2024, também sem ser observável no país. No Brasil, o próximo momento propício para a observação de um eclipse será no dia 6 de fevereiro de 2027, mas apenas no Rio Grande do Sul e de forma completa. Portanto, é fundamental aproveitar essas oportunidades únicas de presenciar fenômenos celestes tão magníficos quanto o eclipse anular do sol.

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